Através de um vídeo publicado na sua página no Facebook, a Polícia Nacional (PN) previne a população sobre o desafio "Baleia Azul", apontado como a causa de uma vaga de suicídios entre jovens de todo o mundo.
O fenómeno começou por ser noticiado na Rússia, e embora tenham surgido versões a contestar a sua veracidade, jornais de diferentes latitudes começaram a divulgar histórias de suicídios ou tentativas de suicídios de jovens, sempre com o mesmo pano de fundo: um jogo online que desafia a arriscar a própria vida.
Denominado "Baleia Azul" - nome que é explicado por comportamentos suicidas observados nestes animais -, o desafio é apresentado como uma sequência de 50 provas que incluem incentivos à auto-mutilação e, no limite, ao suicídio.
Embora ainda não haja relatos de casos no país, o facto de as vítimas serem atraídas através das redes sociais potencia a sua rápida propagação a todo o mundo, Angola incluída.
O risco é reconhecido pela PN, que apela à denúncia de situações que possam estar associadas a este fenómeno, alertando para alguns sinais a ter em conta. Nomeadamente: sinais de auto-mutilação nos braços, pernas e lábios, o interesse repentino por filmes de terror ou a realização de actividades no meio da madrugada
"Os pais devem informar a Polícia e os colegas de escola devem informar os professores ou psicólogos escolares", aconselha a corporação.
A Polícia Nacional lembra ainda que a participação no desafio começa a partir do convite de uma figura intitulada de curador, administrador ou moderador, que se especializa em atrair jovens emocionalmente vulneráveis, obrigando-os a realizar as provas mais extremas, muitas vezes com ameaças aos seus familiares.
"Há muitos jovens que escrevem mensagens na Internet a dizer que não estão bem e, segundo me dizem, são esses que são contactados", explicou o psiquiatra português Daniel Sampaio numa entrevista ao diário Público, onde chamou a a atenção para a gravidade deste tipo de actuação.
"Em Angola, qualquer curador/moderador incorre num dos crimes mais graves da nossa legislação: crimes contra a vida", lembra a PN, referindo-se ao homicídio voluntário, na forma de instigação e às ofensas corporais com autoria de instigação.