As dezenas de agente do Censo decidiram protestar devido ao incumprimento do INE, que prometeu pagar todas as dívidas com estes cidadãos, que contaram a população e as habitações em Angola durante o período do Censo.
Os agentes censitários asseguram ter cumprido as recomendações dadas pela Constituição para se manifestar e garantem que a Polícia Nacional tomou conhecimento formalmente desta manifestação.
Estranhamente, foram agredidos e reprimidos pela PN quando exerciam os seus direitos de cidadania e muitos deles ficaram feridos devido à agressão policial.
O Novo Jornal sabe que volvidos quatro meses desde o final do Censo 2024, as empresas prestadoras de serviços, assim como todos os recenseadores, supervisores, técnicos informáticos, agentes comunitários, motoristas e pessoal da logística ainda não receberam os ordenados.
Esta quarta-feira, e após concertação e informadas as autoridades policiais e do GPL sobre a reivindicação do pagamento, foram surpreendidos pelo aparato policial que os impediu de prosseguir.
Os visados contam que marchavam de forma ordeira e pacifica quando a PN os impediu e os dispersou.
"O que está a acontecer é absolutamente lamentável! Os nossos direitos são ignorados e violados. Até quando teremos de sofrer desta forma? Até quando seremos tratados com tanta injustiça?", lamentou-se ao Novo Jornal uma recenseadora que foi espancada.
Conforme os agentes, o objectivo desta manifestação foi exigir do INE pagamentos dos valores que lhes são devidos e que o INE ainda não pagou.
Importa lembrar que no mês de Janeiro último, como noticiou o Novo Jornal, o INE assegurou não serem necessárias pressões nem manifestações, realçando que o não pagamento deveu-se a um atraso na homologação das ordens de saque, por parte da Tesouro Nacional, e que até finais do mês de Fevereiro todos seriam pagos, o que não veio acontecer.
Entretanto, na semana passada, o ministro do Planeamento, Victor Guilherme, exonerou o director geral do INE, José Calengi, e nomeou para o mesmo cargo Joel Futi.
Sobre o assunto, o Novo Jornal tentou contactar a PN e o INE para esclarecimentos, mas sem sucesso.