Foi puro pânico o que se sentiu a bordo do voo Luanda-LIsboa, da TAAG, nesta quinta-feira, 23, em que voaram carrinhos de comida, pratos e garrafas devido à turbulência, quando o avião cruzava os céus da RDC, onde, como sucede em muitos outros contextos, em que as aeronaves enfrentam dificuldades inusitadas que, por vezes, as colocam em situação de despenho irreversível, surgiram, como sublinha a companha, "condições meteorológicas severas".
Houve mesmo quem pensasse que esta seria a sua "última viagem".
O vôo DT652 saiu atrasado de Luanda com destino a Lisboa, como saíram todos os voos marcados para a manhã desta quinta-feira mas o que aconteceu sobre os céus da RDC foi tudo "por causa da turbulência", justificava a tripulação, que não teve mãos a medir, sobretudo depois do susto que tripulantes e passageiros viveram.
A sensação foi a de que o avião estava a despenhar-se e desintegrar-se ao mesmo tempo que voavam objectos (ver foto), nomeadamente carrinhos de comida e bebida, que chegaram a atingir passageiros antes de se estatelarem no tecto do avião, que ficou rachado depois do incidente.
Houve oito passageiros a necessitar de primeiros socorros, e dois membros da tripulação feridos, havendo mesmo um caso mais grave para o qual foi necessária a intervenção de um médico que seguia a bordo ainda durante o voo.
Com restos de comida na roupa e nos cabelos, um dos passageiros, que diz ter feito "mais de 200 voos", contou que já apanhou alguns sustos, "mas nunca como o de hoje".
Uma portuguesa a viver em Angola confessou que pensou que não mais veria o filho, que ia visitar a Portugal.
Mas toda a viagem foi marcada pela turbulência, com o Airbus A330 a sacudir os passageiros praticamente desde que descolou do aeroporto internacional de Luanda.
Só já no fim da viagem, quando faltavam menos de três horas para aterrar em Lisboa, é que os passageiros acalmaram, mas só respiraram de alívio quando aterraram no aeroporto internacional Humberto Delgado.
Os feridos tinham uma equipa médica e uma ambulância à sua espera.
TAAG justifica problemas com condições climatéricas adversas
A TAAG, em comunicado, explica que os problemas sentidos a bordo resultaram das "condições meteorológicas adversas" e adianta que este incidente obrigou a companhia a reprogramar outro voo que também se destinava à capital portuguesa.
A turbulência severa provocou feridos e a companhia accionou uma resposta de emergência com o envio de ambulância e equipa médica para o aeroporto.
Avança ainda no mesmo documento que o voo DT 650, Luanda-Lisboa, desta quinta-feira foi reajustado para sexta-feira, de manhã devido à chuva intensa que tornou a pista de Luanda impraticável, obrigando ao desvio de um voo para Kinshasa, RDC.