"O trabalho decorre normalmente, não posso entrar em detalhes, mas estamos a trabalhar no processo", disse Hélder Pita Grós, durante abertura do 3º curso de capacitação dirigido aos subprocuradores gerais das 18 províncias do País.
Segundo o Procurador-Geral da República, após o término das imunidades do antigo vice-Presidente da República, a PGR começou a trabalhar neste processo onde o principal protagonista é Manuel Vicente.
"O processo existe, veio de Portugal, já constituído, não se trabalhou no processo porque tivemos aquele tempo em que havia imunidade enquanto vice-Presidente da República. Tendo passado esse tempo, naturalmente, trabalhamos no processo", afirmou Hélder Pitta Grós.
Manuel Vicente é acusado na "Operação Fizz" de corromper o ex-procurador português Orlando Figueira com o pagamento de 760 mil euros para que este arquivasse dois inquéritos, um dos quais envolvendo a empresa Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril (região de Lisboa), em 2008.
Questionado sobre aos processos de investigação abertos contra os presidentes dos tribunais de Contas, Exalgina Gambôa, e do Supremo, Joel Leonardo, o Procurador-Geral disse que os mesmo estão em segredo de justiça e que nos próximos tempos a PGR irá pronunciar-se sobre o assunto.
Joel Leonardo, o presidente do Tribunal Supremo tem o nome envolvido em vários escândalos de corrupção, enquanto a ex-presidente do Tribunal de Contas é acusada "tentativa de extorsão" aos ministros dos Recursos Minerais e Petróleos e da Energia e Águas.
Hélder Pita Grós salientou que na luta contra à corrupção e o nepotismo, há ainda muito trabalho a ser feito e anunciou para este ano a entrada em funções de mais de 300 novos magistrados do Ministério Público, que estão em fim de formação.