À margem do seminário "Investimento Estrangeiro em Angola", que decorreu na cidade portuguesa do Porto, Isaac dos Anjos garantiu que a paralisação dos mais de 2.000 trabalhadores no Porto do Lobito, que reclamam cinco meses de salários em atraso, "está parcialmente resolvida".

Explicando que "para já os trabalhadores suspenderam a greve porque há promessas de pagamentos de ordenados", o governador de Benguela lembrou que a situação lobitanga tem de ser vista à luz da crise que se instalou no país, traduzida na quebra significativa da actividade portuária.

Para Isaac dos Anjos, este é um problema extensivo a todas as firmas presentes no país, dando também como exemplo o fim da construção da refinaria, que já estava em curso, e que atirou para o desemprego mais de 5.000 pessoas e levou ao encerramento de cerca de 80 empresas.

"Temos esse problema com todas as empresas que estão a operar em Angola, inclusive portuguesas, não recebem os seus recursos há quase dois anos e, por isso, têm estado a fazer empréstimos para pagar salários, mas os bancos também estão com problemas", salientou o governante, em declarações à agência Lusa.

Apesar das contrariedades, o responsável descartou um cenário de despedimentos no Porto do Lobito e informou que o Ministério dos Transportes está a ajudar a empresa portuária na facilitação de mecanismos de obtenção de crédito para que consiga pagar os vencimentos em atraso aos funcionários.

"Ficou provado que Angola dependia e tinha toda a economia centrada no petróleo e isso levou-nos a um momento de crescimento e, agora, estamos em aperto", reconheceu Isaac dos Anjos.