De acordo com informações transmitidas pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, na África do Sul, no âmbito da Conferência Internacional de Minas (Indaba) que teve lugar na Cidade do Cabo, e onde Angola apresentou a potenciais investidores o seu Planageo, o país tem cerca de um terço da área Copperbelt (cintura de cobre), cerca de 100 mil quilómetros quadrados, nas suas fronteiras.
Esta informação, até aqui desconhecida, cuja identificação resultou dos trabalhos inseridos no Plano Nacional de Geologia, que identifica as áreas sensíveis no sector da mineração global do país, foi revelada no Angola Forum Business, que decorreu paralelamente ao programa do Indaba, que é a maior conferência mundial de mineração, na Cidade do Cabo, África do Sul, que tem por objectivo maior o desenvolvimento do sector mineiro no continente.
Neste fórum, Angola, com o Planageo em cima da mesa, segundo o relato da Angop, atraiu o interesse de diversos investidores, nomeadamente no que respeita à descoberta das chamadas anomalias geológicas, indicadores da ocorrência de condições para o surgimento de potencial mineiro, que vão dos kimberlitos diamantíferos, a existência de veios geológicos a apontar para a exploração de cobre e cobalto, como é o caso da Copperbelt, ou o ferro, na Huíla, entre dezenas de outros "hotspots" mineiros.
Francisco Queiroz disse aos jornalistas que este fórum sobre o potencial de negócio mineiro revelado pelo Planageo despertou intensa curiosidade entre os investidores internacionais presentes na sala: "Foi um primeiro passo. Estamos num processo de divulgação das descobertas que o Planageo está a fazer".
Para além da novidade que foi o anúncio da entrada em território angolano da mundialmente famosa Copperbelt, a partir da qual a Zâmbia obtém uma parte substancial da sua riqueza, bem como a RDC, numa extensão surpreendente, revelando um potencial económico que só estudos mais profundados podem especificar, o governante angolano mostrou ainda aos investidores outros potenciais focos de interesse.
Um dos exemplos foi a áreas de Cassinga, (Jamba, Huíla), cuja extensão total abrange ainda a província do Kuando Kubango, considerada muito rica em ferro, ou as ocorrências geológicas (kimberlitos), que se prolongam das Lundas, Norte e Sul, para Malanje, Bié e Huambo, ou ainda o Cazombo, no Moxico.
Este esforço traduzido pelo Planageo, e esta apresentação feita na Cidade do Cabo, têm apenas um objectivo, como adiantou o ministro, que é captar investimento e, a partir das riquezas naturais nele contidas, contribuir para alterar a base económica do país.
"Há um conjunto de acções que vão levar a um investimento no médio prazo, podendo alterar a base económica do nosso país, no sentido de que o sector mineiro seja uma alternativa sustentável ao petróleo", afirmou, citado pela Angop.