Para o efeito, de acordo com a Euronews que avançou a informação, os Chefes de Estado e de Governo dos Estados membros reuniram na estância turística de Sharm El Sheikh, no Egipto, na 3.ª Cimeira Tripartida constituída pela COMESA, EAC e SADC, onde criaram a Zona de Comércio Livre e uma Declaração que lança a 2.ª Fase das negociações sobre as matérias não foram concluídas na primeira fase do processo.

Segundo o Director para a Integração Regional e Continental no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Santos Álvaro, houve diversas sessões negociais envolvendo os chefes de Estado, o sector privado das três comunidades que culminaram com adopção do acordo rubricado quarta-feira e a respectiva declaração. "É um acordo que abre espaço para a exportação de produtos moçambicanos às outras comunidades, mas é preciso incentivar a industrialização para impulsionar a oferta de produtos a essas comunidades", explicou o moçambicano Santos Álvaro, antes do encontro de quarta-feira no qual o país foi representado pelo primeiro-ministro, Agostinho do Rosário, em representação do Presidente da República.

No entanto, a fonte disse haver uma série de regras pendentes como a regra de origem, negociação que não foram concluídas, mas há um compromisso de as concluir logo que for assinado o histórico acordo. A assinatura do acordo não constitui um acto automático que vincula o país, porque a vinculação de um Estado membro só é possível depois da ratificação pelo Parlamento do respectivo, uma vez se tratar básica e fundamentalmente de matérias origem aduaneira.

"Não podemos pensar que ao assinar o acordo o país abre imediatamente portas. A assinatura constitui um acto simbólico e espelha o compromisso do país em relação à integração tanto regional assim como continental relativamente às decisões tomadas pela União Africana, no sentido de criar, no futuro, uma comunidade económica de África cujos pilares são as comunidades económicas regionais", disse a fonte moçambicana.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), bloco regional que integra Moçambique, criou, em 2008, a Zona de Comércio Livre para estimular as trocas comerciais não obstante ao facto de alguns países membros não terem entrado de imediato, como foi o caso de Angola.

No processo da integração da SADC devia ter entrado em vigor, a partir de 2010, a União Aduaneira e, dependendo dos sucessos alcançados, concretizar o Mercado Comum e, em 2016, a União Monetária seguida, no final da Moeda Única em 2018.

Santos Álvaro disse, por outro lado, haver outros pilares que deverão continuar a ser matéria de debate como é o caso da questão de infra-estruturas, protocolo que será negociado na segunda fase.