Notabilizou-se nas ruas de Lisboa, Portugal, onde deu os seus primeiros passos. Encontrava-se na altura a residir por aquelas bandas da península ibérica.

As "batalhas" e os combates de freestyle, por via do improviso e das rimas cadenciadas fizeram a sua marca. De lá para cá já não mais parou. Prosseguiu e foi fazendo outras apresentações e participações em músicas de outros artistas.

Hoje encontra-se a preparar a sua primeira obra que não será um álbum mas um EP, que o movimento hip-hop denomina mix tape, no dia 14 de Dezembro, aguardando a posterior pelo primeiro trabalho discográfico reservado para o primeiro semestre do próximo ano.

O disco, que vai denominar-se Rainha Ginga do Rap comportará dez faixas musicais, e abordará entre outros temas, assuntos ligados ao machismo, mulheres que se relacionam com homens em busca de vantagens materiais, a venda do corpo em troca de bens ou ainda o que fazem para ascender determinados cargos.

"Não sou uma feminista, mas estes são assuntos que me preocupam e fazem parte da sociedade. É uma chamada de atenção e acima de tudo um alerta para estes males. Cada um de nós tem o seu potencial e com trabalho, dedicação e força de vontade conseguimos alcançar os nossos objectivos", enfatiza.

Questionada sobre o porquê do título Rainha Ginga do Rap, fez saber que admira mulheres fortes e que lutam pelas suas causas até às últimas consequências nem que para isso tenham de dar a sua vida para o bem-estar das pessoas.

"Angola é o país que é hoje muito graças às mulheres fortes que teve. Entre elas tal como a Rainha Ginga, posso citar também Deolinda Rodrigues, Sita Valles, que lutaram pela causa em que acreditaram. Elas transmitem-nos confiança, guerreira, batalhadora enfim".

Mais adiante acrescenta "Revejo-me nestas mulheres fortes e o mesmo defendo para o rap. A ideia não é mostrar que sou a melhor naquilo que faço, mas mostrar às pessoas que defendo as minhas causas e tudo farei enquanto artista para que o movimento do hip-hop não caia.

Nesta senda e no âmbito do relançamento do rap feminino em Angola a cantora integrou o grupo de MCs que fez o remix da música "fuba", também feita pelo Elenco de Luxo, música original do grupo Gingas do Maculusso, que nos últimos tempos enchem as pistas do rap em Angola.

A intenção segundo a cantora é criar um movimento que vai chamar-se "Divas do Rap", sendo que por isso vai reverter parte das receitas das vendas da sua Mix tape para esse projecto que visa não só relançar o rap feminino assim como também servir de motivador e incentivador às mulheres para o rap.

Rapdiva revelou ao NJ que não se vê a cantar outro estilo que não o rap mas está disposta a fazer fusões com outros estilos, como se tem feito noutras paragens do globo, onde cada interveniente da música canta a sua própria marca. Por outro lado, a rapper integra o grupo de jovens que apresenta o programa radiofónico Beatbox na Rádio Luanda 99.9 FM (Rádio Luanda), todos os domingos entre as 13.30 e as 15, um sonho que augurava há já bastante tempo.

"Está a ser uma experiência muito boa porque sempre quis fazer rádio. É um programa jovem e interactivo de música alternativa e temos recebido muitas sugestões. Espero continuar a experimentar outros desafios nesse mundo fantásticos das ondas hertzianas", concluiu.

Perfil

O seu nome é Eva Marise Cruzeiro Alexandre, é filha de Paulo Cruzeiro Alexandre e de Ana Paula Evaristo Alexandre. Nasceu a 7 de Outubro mas não quis revelar o ano. Estuda o curso de Direito e profissionalmente é gestora. Soul, R&B, Ragge, Semba são os estilos para além do rap que ouve com frequência. Pratica Jiu-Jitsu como desporto. As cantoras Negra Giza, Cesária Évora, Sara Tavares, Yola Semedo, Peróla e Ary são algumas das suas fontes de influência e caracteriza-as como especiais e divas.