A sugestão foi apresentada esta terça-feira, 04, à sétima comissão especializada da Assembleia Nacional, pelo presidente da comissão directiva da Associação Angolana de Teatro (AAT), Tony Frampénio, "considerando que o teatro desempenha um papel importante na vida das pessoas, pois está intimamente ligado ao facto de proporcionar uma visão mais ampla sobre os assuntos da sociedade".

"O papel das artes não é só distrair, tem de formar. Ali onde há escola, o teatro vai educar, por isso não podemos andar fragmentados, temos de caminhar juntos", acrescentou Tony Frampénio.

O presidente da AAT reconheceu que o Executivo tem feito a sua parte com a construção de escolas médias e superiores de artes, mas queixa-se da falta ou insuficiência de investimentos no teatro.

"A associação que dirijo nunca recebeu cabimentação do Orçamento Geral do Estado (OGE). É essencial que se criem políticas a favor do teatro, leis específicas que incentivem a actividade", referiu, defendendo a necessidade de se criarem espaços para a apresentação do teatro.

"Sem infra-estruturas, sem espaços para apresentação, não se consegue ter artistas criativos e empoderados. Assim, não pode existir teatro de qualidade e dessa forma o teatro não está a cumprir o seu papel", esclareceu.

Relativamente à relação dos grupos de teatro com o Ministério da Cultura, o agente cultural assegurou que existe uma relação de diálogo contínuo com o órgão de tutela, mas que as coisas precisam de ter resoluções práticas.

O secretário-geral da AAT, Simão Paulino, disse que as grandes empresas estatais deviam ter a obrigação de apoiar a arte, defendendo a criação da Companhia Angolana de Teatro.

O presidente da sétima comissão, Paulo Faria, informou que a comissão irá realizar, em breve, um simpósio sobre a Lei do Mecenato, com o objectivo de entender quais são os procedimentos que fazem com que a Lei não funcione.