Esta peça extraordinária estava exposta no Museu de Ciências Naturais de Houston, EUA, e, segundo os especialistas, data de uma dinastia final do período do Antigo Egipto, cerca de 2.700 anos.

Esta entrega, que está a ser vista por muitos países africanos e organizações internacionais como um exemplo que é possível fazer voltar às origens muitas das milhões de peças africanas levadas para fora do continente pelos antigos poderes coloniais, entre outras formas de tráfico de arte, foi alvo de uma disputa judicial num tribunal norte-americano, que acabou por decidir pela sua devolução.

O Sarcófago Verde foi entregue simbolicamente às autoridades egípcias no Cairo por um responsável da embaixada dos EUA, estando agora em curso o processo para a sua futura localização, sendo que a origem é uma necrópole no norte do Cairo denominado Abu Sir.

Com o decorrer do julgamento foi possível perceber, segundo relatam as agências de notícias, que a peça foi traficada para os EUA em 2008 através da Alemanha por uma organização internacional de negócio ilegal de peças de arte responsável pelo roubo de milhares de peças em diversos pontos do continente.

A denominação por Sarcófago Verde é resultado de essa ser a cor bem nítida da sua tampa e, segundo os egiptólogos, foi depositado no seu interior o corpo de um conhecido sacerdote que viveu há mais de 680 anos a.C. e faz parte de um vasto conjunto de quase 30 mil antiguidades recuperadas na última década pelo Egipto.

O tráfico de peças de arte africana de dezenas de países, entre estes o Egipto é o mais sacrificado, mas o mesmo sucede em larga escala no Mali, sendo quase certo que nenhum país do continente está fora da lista, é um assunto recorrente e existem esforços no sentido de acelerar o processo de devolução de peças que se encontram em milhares de museus espalhados pelo mundo.

Angola tem dezenas de obras de arte africana, algumas com séculos de história, localizados em vários museus da Europa e a sua recuperação está entre os objectivos do Governo há décadas.