O BNA reagiu em comunicado às notícias que referem uma operação policial onde um major das FAA, Pedro Lusssati, colocado no departamento de finanças da banda musical da Casa de Segurança da Presidência da República, surge como estando na posse de largos milhões de dólares, euros e kwanzas, bem como bens de elevado valor monetário, incluindo habitações, viaturas e relógios de luxo, recaindo as suspeitas de envolvimento num grupo de generais colocados na Presidência.
Garantindo que não ocorreu qualquer falha na forma como disponibilizou as notas de Kwanza que aparecem nas imagens, o BNA deixa, no entanto, em aberto a questão do levantamento por terceiros dessas mesmas notas no banco comercial em questão, que não foi identificado.
"De acordo com os nossos registos, os valores em questão, em moeda nacional, foram levantados na nossa casa forte por um banco comercial, obedecendo integralmente às regras e protocolos vigentes para o efeito não tendo ocorrido qualquer falha de procedimentos a nível do Banco Nacional de Angola", assegura o Banco Central, em comunicado.
O BNA realça que tem a responsabilidade de controlar a moeda em circulação em valores e qualidade das notas e que recebe dos bancos comerciais as notas que estes recebem do público.
"O Banco Nacional de Angola coloca notas em circulação exclusivamente através dos bancos comerciais e todos os volumes de notas, novas ou usadas, que saem da sua casa forte para esses bancos, têm os selos do BNA que facilitam o registo dos movimentos e confirmam a proveniência das notas, a sua autenticidade, o seu valor facial e financeiro em cada volume", refere o comunicado.
O BNA assegurou que prestou aos órgãos de investigação criminal todas as informações solicitadas e procedeu à abertura de um inquérito para averiguar junto do banco comercial em questão as circunstâncias em que aqueles valores foram disponibilizados a terceiros e quais os procedimentos de compliance (aplicação das regras definidas pelo regulador) aplicados para assegurar a sua legitimidade.
O major Pedro Lussati, como o Novo Jornal avanço aqui e aqui, foi encontrado na posse de duas dezenas de malas contendo milhões de dólares, euros e kwanzas, relógios de luxo, carros de grande cilindrada e habitações luxuosas, existindo suspeitas sólidas de que este procurava sair do País com estes valores transportáveis.
Existe ainda uma consolidada suspeita de que este oficial superior das FAA não arrecadou esta fortuna operando sozinho nem estes valores são coadunáveis com os seus rendimentos.
Recorde-se que a PGR já anunciou que corre actualmente um processo de investigação a este caso que envolve vários oficiais, de distintas patentes, colocados na Presidência da República, incluindo o major Pedro Lussati, sob suspeita dos crimes de peculato e, entre outros, associação criminosa.
Praticamente ao mesmo tempo que a PGR anunciava a existência desta investigação, o Presidente da República exonerava vários oficiais afectos à sua Casa de Segurança, como o Novo Jornal também noticiou aqui.