A Sociedade Mineira de Catoca (SMC) rejeitou ter havido qualquer tipo de rotura da bacia de contenção de rejeitados, mas depois contrariou a sua posição, admitindo o rompimento da tubagem naquela infra-estrutura, que acabou por ser estancada com acções de mitigação do vazamento, afirmou o chefe de Departamento de Segurança do Trabalho e Ambiente da empresa diamantífera.

Sabino Coqueia falava na última terça-feira, 5, durante a conferência promovida pela revista Economia & Mercado (E&M), decorrida sob o tema "Ambiente e Desenvolvimento Sustentável", tendo justificado a situação com o facto de que, em todas as organizações, existem planos de atendimento de emergência a avarias, quando questionado sobre a alegada poluição provocada pela empresa mineira no rio Chikapa, que terá resultado na morte de 12 pessoas, denunciada recentemente pelos media da República Democrática do Congo.

A gravidade do alegado incidente levou a uma investigação conjunta entre as autoridades angolanas e congolesas.

"Não houve rotura de nenhum tipo, nem rompimento da bacia de contenção de rejeitado de Catoca. O que aconteceu em Catoca é a existência de um sistema de drenagem na bacia de rejeitados, que é composta por uma tubagem implantada que funciona como vertedor", salientou o responsável, explicando, de seguida, que "houve uma rotura nessa tubagem de 35 ou 39 metros de profundidade".

"Havia esse vazamento e tivemos de fazer estudos geofísicos para encontrar a zona de rotura da tubagem e, consequentemente, fizemos o estancamento. Em paralelo, devíamos fazer o levantamento do rio e também das comunidades, com a criação de diques, para que haja a retenção do corrimento e não atinja o rio mais próximo", frisou.