Para justificar esta conclusão, o Comité de Política Monetária (CPM), de acordo com a informação veiculada pelo Banco Nacional de Angola, avança que os bancos comerciais deixaram de ter operações cambiais pendentes por dificuldade de acesso a divisas.

"De acordo com os registos regularmente disponibilizados ao Banco Nacional de Angola pelos bancos comerciais, não há conhecimento de operações cambiais pendentes na banca por dificuldades de acesso a divisas, pelo que se considera o mercado normalizado", avança o Banco Central.

No mês de Agosto, avança ainda o BNA na síntese do resultado da reunião do seu CPM, os bancos comerciais adquiriram 745,49 milhões USD, dos quais 298,13 milhões ao sector petrolífero, 196,03 milhões ao Tesouro Nacional e 174,29 milhões de dólares norte-americanos ao sector diamantífero.

Estes valores representam uma "ligeira redução no valor de divisas transaccionado no mercado".

O CPM constatou ainda que, apesar de uma queda acentuada da exportação de crude, "o saldo da conta corrente da balança de pagamentos manteve-se superavitário".

"De acordo com os dados preliminares do segundo trimestre, o saldo da conta corrente foi de 1.724,52 milhões de dólares norte-americanos, contra 1 974,58 milhões de dólares norte-americanos no trimestre anterior", informa o BNA.

Esta reunião do CPM permitiu ainda perceber que o País conseguiu uma "acumulação de reservas internacionais na ordem de 1.851,85 milhões de dólares norte-americanos, até ao mês de Agosto".

O que eleva o stock de Reservas Internacionais Brutas para os 16,73 mil milhões de dólares norte-americanos, contra 15,08 mil milhões de dólares norte-americanos no mês de Julho.

Este valor assegura a cobertura de 12,6 meses de importações de bens e serviços.

As Reservas Internacionais Líquidas fixaram-se em 9,90 mil milhões de dólares norte-americanos, face aos 8,24 mil milhões de dólares norte-americanos do mês de Julho.

Já no que diz respeito ao sobe e desce do Kwanza, a moeda nacional valorizou-se, desde o início do ano, em 2,15% no mercado formal, enquanto no informal, estes ganhos da moeda nacional foram ainda superiores, na ordem dos 12,44%, "o que resultou num diferencial entre a taxa formal e informal em 5,30%", aponta ainda o BNA.

Nesta reunião ficou ainda em evidência que Angola vai contar com uma inflação de 27% em 2021, o que constitui um importante facto de agravamento dos preços de bens de consumo, nomeadamente da cesta básica, embora neste particular algumas medidas, como a suspensão temporária da cobrança das taxas alfandegárias, possa aliviar essa pressão e manter os preços equilibrados, num cenário ideal.

Na apresentação dos resultados desta reunião, o governador do BNA, José Lima Massano, apontou ainda para 2022 o ano em que o País conhecerá uma "inflexão desta tendência".