Actualmente a Lucapa possui 39% do projecto mineiro do Lulo, que abrange cerca de 3.000 km2 de área, na Lunda Norte, nas proximidades da localidade de Lucapa, contra os 51% da Endiama e os 10% da Rosa & Pétalas.
Segundo fez saber a empresa australiana , o objectivo é conseguir obter do Ministério dos Recursos Naturais e Petróleo autorização para adquirir quota suficiente para chegar à maioria do capital.
Face ao actual quadro accionista, os australianos só conseguirão essa maioria de capital através da aquisição de parte da participação da Endiama e na agenda da Lucapa está consegui-lo até Março de 2020.
Segundo explicou ao site Rapaport News o CEO da Lucapa, Stephen Wetherall, este movimento resulta da vontade da empresa e da possibilidade aberta pelas alterações legislativas que permitiram "relaxar" as regras que impunham que o Estado fosse detentor da maioria do capital dos projectos mineiros no sector diamantífero.
Segundo Stephen Wetherall, "isto só é possível porque o Governo angolano deseja criar condições para atrair de forma significativa investimento externo directo para o sector mineiro".
Recorde-se que o Lulo é a fonte dos maiores e mais valiosos diamantes alguma vez produzidos pela indústria diamantífera angolana - existindo mesmo no interior da exploração uma estrada que se suspeita estar sobre gemas gigantes -, nomeadamente a "pedra" de 404 quilates descoberta em 2016, que acabou por ser vendida aos suíços da De Grisogono, que pertence a Isabel dos Santos, por 16 milhões de dólares norte-americanos.
Esse diamante foi, depois, sujeito a um trabalho de corte e polimento de luxo que o transformou numa rara jóia de 163 quilates e que foi vendida em Genebra, pela Christie"s, por quase 34 milhões de dólares.
Mas o que leva a Lucapa a avançar com este investimento, se obtiver a autorização para isso do Governo, é que todos os diamantes descobertos nesta mina são de origem aluvial, o que compreende a forte possibilidade de todos eles terem como "mãe" um excepcional kimberlito que ainda está por encontrar mas que os australianos têm apontado como estando dentro dos limites dos 3.000 km2 do Lulo.