Segundo a imprensa portuguesa, um dos mais famosos juízes portugueses por detrás dos maiores casos de crimes económicos, Carlos Alexandre, actualmente a presidir ao Tribunal Central de Instrução Criminal no DCIAP, em Lisboa, está a conduzir as operações no terreno, que têm por detrás o mais relevante caso em que Isabel dos Santos está a ser acusada, o desvio de dezenas de milhões USD da Sonangol, quando esta dirigiu a petrolífera nacional, em 2016.

Segundo o jornal online Observador, este magistrado esteve no terreno para validar em tempo real a apreensão da diversa documentação apreendida, com o objectivo de apoiar as autoridades judiciais angolanas, que conduzem em Luanda vários processos contra a filha mais velha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, sob quem pende um mandado internacional de detenção.

Estas buscas, segundo os media portugueses, as buscas no EuroBic visaram a "apreensão de documentação relevante para os autos de um dos 17 inquéritos" em que a empresária angolana é visada, tendo-se estas alargado já à sede da PwC e um dos seus antigos sócios, Jaime Esteves.

Esta nova movimentação das autoridades judiciais portuguesas na peugada de Isabel dos Santos é, segundo a SIC Notícias, o cumprimento de um "pedido de cooperação judiciária internacional recebido das autoridades angolanas".

O EuroBic já confirmou as buscas mas, citado pelos media portugueses, acrescentou que não se iria pronunciar sobre a natureza das mesmas, tendo feito saber que está de portas abertas para cooperar com as autoridades judiciais.

Isabel dos Santos, que está actualmente a viver no Dubai, onde está protegida pela legislação do país no que toca à limitação da acção dos mandados de captura alicerçados em processos de natureza internacional, como é o caso daquele em que está a ser procurada pela Interpol, tem feito saber, inclusive através de entrevistas a media internacionais, que as suspeitas do desvio de mais de 100 milhões USD da Sonangol, numa transferência pouco antes de ser demitida do cargo de PCA, são falsas e facilmente verificáveis.

Segundo a empresária, esse dinheiro foi, efectivamente, empregue no pagamento de consultores internacionais, e correspondeu ao pagamento de serviços efectivos, acrescentando que esse trabalho permitiu mesmo à Sonangol poupar centenas de milhões no aprimoramento da sua gestão e funcionalidade, dando início a uma profunda reestruturação da empresa.

Recorde-se que (ver links em baixo nesta página) Isabel dos Santos viu a PGR arrestar-lhe bens no valor de largas centenas de milhões de dólares, sendo que no total, os investigadores angolanos estimam que estejam em causa mais de 5 mil milhões USD.