As perdas registadas hoje, que, ainda assim, não levaram o barril a descer da fasquia "mágica" dos 80 USD, estando, por exemplo, o Brent, determinante para Angola, a, perto das 10:00, a valer 82,83 USD, -0.71% que no fecho de terça-feira, podem ser passageiras se a OPEP estiver certa no seu MOMR de hoje, 13, onde mantém como perspectiva um crescimento de 5,8 milhões de barris por dia (mbpd) em 2021, embora este valor seja uma revisão em baixa do anterior, que previa mais 5,96 mbpd.

O "cartel" sublinha neste relatório de Outubro que a procura petróleo permanece "saudável", seja por causa da chegada do Inverno ao hemisfério norte, seja porque deverá ocorrer na Europa uma gradual substituição do gás natural, que está a preços no limite do suportável, por derivados do petróleo.

Neste relatório de Outubro, a OPEP mantém a estimativa para 2021 de um consumo global de 96,6 mbpd em média e para 2022 prevê um crescimento de 4,2 mbpd, sublinhando que no próximo ano o consumo voltará definitivamente aos valores pré-pandémicos, acima dos 100 mbpd, situando-se mesmo nos 100,8 mbpd.

Por detrás deste optimismo, na perspectiva dos países exportadores, está a esperada e continuada recuperação das grandes economias planetárias e ainda uma melhor gestão da pandemia da Covid-19.

Porém, dentro da OPEP, começam a surgir vozes contrárias aos robustos aumentos no valor do petróleo, como é o caso do ministro dos Petróleos iraquiano, Ihsan Abdul Jabbar, que disse à Reuters que estão criadas as condições para o adequado balanceamento dos mercados.