No mesmo despacho, referido num comunicado da Casa Civil do PR citado pela Angop, é ordenado que sejam desencadeados, "de imediato, os procedimentos de contratação, por concurso público", dos serviços para a edificação de "um sistema de transferência de água do rio Cunene que partirá da localidade de Cafu até Shana, nas áreas de Cuamato e Namacunde, destinando para a obra o valor em kwanzas no equivalente a 80 milhões de dólares".

Um segundo projecto diz respeito à construção de uma barragem na localidade de Calucuve e do seu canal adutor associado, no valor de 60 milhões de dólares, no seu correspondente em moeda nacional.

São ainda destinados 60 milhões de dólares para a construção de uma outra barragem e o respectivo canal adutor, na localidade de Ndue.

"Além do concurso público para se encontrar empresas que possam edificar as obras anunciadas, o Presidente João Lourenço determina também no seu despacho que sejam contratados os necessários serviços de fiscalização", refere ainda a Angop.

A informação sobre a construção de barragens nas províncias do sul de Angola que estão entre as mais ameaçadas e afectadas pela seca que há vários anos se instalou em grande parte da África Austral devido às alterações climáticas já tinha sido avançada pelo ministro da Energia e Água, João Baptista Borges.

O objectivo prioritário destas represas é o armazenamento de água para os animais e para as pessoas mas podem ser ainda fontes abastecedoras de água para irrigação de campos agrícolas.

"São soluções de engenharia que passam pela transferência de caudais de zonas com alguma abundância para zonas mais secas", explicou o ministro no dia 25 de Março.

O Cunene, recorde-se, está oficialmente em situação de calamidade devido à seca e as autoridades locais e a sociedade civil tem insistido junto do Governo de Luanda para a urgência de medidas atenuadoras da situação de catástrofe natural.