A África do Sul concentra mais de 80 por cento de todos os rinocerontes africanos, pretos e brancos - existem ainda na Ásia algumas sub-espécies -, e o departamento Sul-Africano da Natureza acaba de lançar um aleta para uma acelerada retoma da caça ilegal desta espécie que está no topo da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), organismo criado em 1964 para dar visibilidade a esta tragédia global.
Os rinocerontes são caçados em todos os países onde existem, inclusive nos Parques Naturais de elevada protecção, como as reservas sul-africanas, inclusive no bem guardado Gruger Park, o mais conhecido de todos, porque na China os seus chifres valem verdadeiras fortunas e a procura mostra ser incessante devido a uma bizarra e falsa ideia de que possuem poderes quase mágicos para devolver a potência sexual aos humanos.
E, no entanto, como os dados dos organismos internacionais o demonstram há vários anos, os países africanos onde existe esta espécie estão a perder milhões por ano devido à menor procura turística devido à escassez de rinocerontes, que é um dos "big five", as emblemáticas cinco espécies dos mais procurados por quem visita os parques, ao lado do elefante, do leão, do leopardo e do búfalo africano.
Face ao que parece um imparável declínio desta espécie, e como medida extrema, os responsáveis por alguns parques estão a recorrer a técnicas cirúrgicas para extrair os seus chifres de modo a que o seu abate seja inútil para os criminosos caçadores furtivos.
Este problema só lateralmente toca em Angola, onde não existe informação sobre a existência de rinocerontes há décadas mas o território nacional é, por vezes, usado pelos comerciantes asiáticos que os adquirem na Namíbia para mais facilmente os enviar para a Ásia.
E das centenas de milhares que existiam no início do século XX, os rinocerontes estão reduzidos a pequenas populações, sendo a da subespécie de rinoceronte branco uma das mais ameaçada, não havendo mais que 20 mil indivíduos, segundo o Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF, sigla em inglês), enquanto, em estado selvagem, restam em todo o mundo, segundo a IUCN, apenas 5 mil rinocerontes pretos.