Em comunicado enviado às redacções, Karine Jean-Pierre explica que a decisão foi tomada devido à trajectória ameaçadora do furacão Milton.

"Devido à projectada trajectória e intensidade do furacão Milton, o Presidente Joe Biden adiou as suas deslocações à Alemanha e Angola de forma a estar presente e acompanhar a resposta ao furacao Milton e o seu esperado impacto", avança o comunicado, que acrescenta que esteve igualmente em cima da mesa a questão da resposta ao furacão Helene que recentemente atingiu o sudeste dos EUA, deixando um vasto rasto de destruição e mais de duas centenas de mortos.

A visita de Joe Biden estava programada para acontecer de 13 a 15 deste mês, chegando a Luanda após uma reunião da NATO na Alemanha, onde estaria para discutir com os aliados europeus o apoio à Ucrânia.

Este anúncio acontece ainda quando alguns media internacionais dão como certo um ataque de Israel ao Irão como retaliação pelos perto de 200 misseis lançados por Teerão sobre território israelita na semana passada, como, de resto, o Governo de Telavive já garantiu.

Biden está, no entanto, empenhado em manobras diplomáticas de última hora, que a Casa Branca confirma, para evitar uma escalada no conflito no Médio Oriente, o que poderá ser alcançado se o Presidente norte-americano conseguir convencer o seu aliado a conter a violência da resposta.

Já passava das 18:00 quando a Presidência da República, na sua página na rede social Facebook, anunciou esta decisão de adiamento da visita de Joe Biden, acrescentando um parágrafo em que informa que "as autoridades norte-americanas comunicaram oficialmente à Presidência da República de Angola o adiamento da visita, antes da publicação do comunicado da Casa Branca".

Apesar de o comunicado assinado por Karine Jean-Pierre anunciar que a visita está adiada, o facto é que, com o calendário apertado das eleições nos EUA, a 05 de Novembro, dificilmente Joe BIden poderá deslocar-se à Luanda durante o que lhe resta de mandato, que termina a 31 de Dezembro.

Isto, porque após as eleições, o Presidente eleito, que pode ser Kamala Harris, a sua actual vice-Presidente, ou o antigo Presidente Donald Trump, tem uma agenda ainda mais apertada de passagem de pastas, sendo que alguns elementos deste processo são especialmente complexos, como as questões de segurança em torno dos sistemas de defesa nucleares ou sobre as operações militares em curso no estrangeiro.