As vacinas a produzir no Senegal e no Ruanda vão, tal como a que já se conhece da Pfizer-BioNTech, ter como base a tecnologia RNA Mensageiro, que se distingue do método tradicional que recorre a vírus alterados através de uma sistema de comunicação que permite ao sistema imunitário desenvolver defesas contra a infecção.

Este anúncio surge num momento em que o continente africano é, de longe, aquele que regista maiores atrasos nas campanhas de vacinação, estando estas muito abaixo das taxas já conseguidas nos países mais desenvolvidos.

Na maior parte dos 54 países africanos a percentagem de pessoas imunizadas é inferior a 10 por cento enquanto na Europa, por exemplo, já ultrapassa os 80%.

Sobre este iniciativa da empresa alemã e dos dois países africanos, o director para África da Organização Mundial de Saúde (OMS), Matshidiso Moeti, defendeu que se trata de "uma mudança radical" do paradigma africano nesta área devido à tecnologia de última geração que vai se instalada.

A par dessa revolução tecnológica, Matshidiso Moeti sublinhou ainda que se trata de uma iniciativa que vai salvar muitas vidas e dar a África a possibilidade de produzir vacinas para os africanos, além de permitir uma transferência única de tecnologia e saber fazer para o continente.

Estas unidades de produção vão servir para produzir, no futuro, outras vacinas além das da Covid-19.

A Covid-19 já provocou 217.483 mortes e infectou 8.476.312 pessoas em África, segundo dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana.

A África Austral, onde se situa Angola, é região mais exposta ao vírus do continente, com 3.922.173 casos e 111.094 óbitos associados à covid-19.