"Decidimos entregar novos mísseis que permitirão à Ucrânia um ataque com maior profundidade", disse Macron à chegada à cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Vílnius, na Lituânia, sem avançar quantos Scalp, que têm um alcance de mais de 250 quilómetros, serão encaminhados para Kiev.
"O que é importante para nós hoje é enviar uma mensagem de apoio à Ucrânia, de unidade da NATO e de determinação de que a Rússia não pode e não deve ganhar esta guerra", afirmou.
"[Os mísseis 'Scalp'] serão entregues mantendo a clareza e a coerência da nossa doutrina, ou seja, para permitir à Ucrânia defender o seu território", expôs Macron, excluindo implicitamente qualquer utilização para atacar a Rússia.
O presidente francês também se "congratulou" com o acordo alcançado com a Turquia para finalizar a adesão da Suécia à NATO.
"Consequências graves para a Ucrânia", diz o Kremlin
Em Moscovo, através do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a presidência russa considerou que o envio dos mísseis franceses para Kiev "é um erro" que vai obrigar a Rússia a tomar "contra medidas" no conflito com a Ucrânia.
"Do nosso ponto de vista, trata-se de uma decisão errada com consequências graves para a Ucrânia, porque naturalmente nos obrigará a tomar contra medidas", afirmou Peskov.
A cimeira da NATO, que começou hoje na Lituânia, está centrada no apoio à Ucrânia contra a invasão russa e na adesão da Suécia à Aliança Atlântica, assim como no reforço dos meios militares dos aliados contra futuras ameaças.
O reforço das capacidades de dissuasão e defesa da Aliança é um dos principais temas da cimeira, que junta os 31 actuais membros para analisar uma revisão do modelo de organização militar e novos planos regionais - um plano cuja relevância foi fortalecida pela invasão russa da Ucrânia iniciada em Fevereiro do ano passado.
A cimeira servirá igualmente para discutir o reforço do investimento dos aliados, para dar resposta a este plano, bem como para suprir as necessidades da Ucrânia no seu esforço de guerra.