A razão não está bem explicada, embora até aqui tenha sido usado o argumento de que a entrada deste tipo de veículos no conflito significaria uma eslacada séria na guerra, o que seria considerado uma provocação de consequências imprevisíveis por parte do Kremlin. Mas há outras versões: uma delas é que isso poderia levar a que a tecnologia altamente sofisticada dos Leopard-2 caíra seguramente, mais cedo ou mais tarde, nas mãos dos russos, e ainda o facto de tanto estes como os Abrams dos EUA exigirem manutenção altamente espcializada permanente e serem carros de combate com gastos em combustível impossíveis de garantir no actual cenário.

O envolvimento de militares das potências da NATO, EUA, Polónia e Reino Unido, é o último e decisivo passo que falta(va) dar para que a guerra na Ucrânia passe efectiva e oficialmente para o patamar de um conflito aberto e total entre a Federação Russa e os aliados ocidentais do Atlântico Norte, com todas as novas possibilidades que se abrem neste momento, incluindo, mesmo que remotamente, o recurso aos arsenais nucleares.

O coronel José Henriques, analistas militar da CNN Portugal, admitiu que a chegada pela porta da frente de mercenários estrangeiros às fileiras das Forças Armadas ucranianas é a efectiva internacionalização do conflito, porque países como a Polónia, a Lituânia, a Estónia e a Letónia (Bálticos), que defendem a intervenção directa da NATO no conflito contra Moscovo, vão enviar os seus militares desfardados para as unidades de combate ucranianas na primeira oportunidade.

Alias, este passo não é mais que oficializar o que já acontece no terreno, embora, do ponto de vista da lei internacional e das convenções que regem as normas mínimas em situação de guerra, a integração plena no Exército de Kiev garanta, à partida, uma reforçada protecção em caso destes homens serem feitos prisioneiros pelos russos, porque, assim, estão sob protecção dessas mesmas lei e convenções dedicadas aos prisioneiros de guerra que não se aplicam aos mercenários.

Isto, porque, segundo tem estado a ser noticiado pela Russia Today, as comunicações entre as unidades ucranianas interceptadas pela "intelligentsia" russa são quase exclusivamente em polaco, romeno e alemão, o que deixa perceber que estas são compostas em maioria, pelo menos, por "soldados da fortuna" estrangeiros ou voluntários que combatem por ideologia ou enviados oficiosamente pelas Forças Armadas dos países vizinhos europeus para reforçar as desgastadas forças ucranianas.

Soledar caiu, segue-se Bakhmut?

Este passo, dado pelo regime de Kiev, depois de o Parlamento ter votado favoravelmente uma lei que facilita e promove a entrada de mercenários nas forças regulares ucranianas, por contrato, coincide no espaço e no tempo com uma das mais simbólicas vitórias militares, ainda não integral porque há notícias de bolsas de resistência ucraniana entre as ruínas, em Soledar, uma pequena cidade de Donetsk, no Donbass, conhecida mundialmente pelas suas vastas e extensas minas de sal, com túneis de dezenas e dezenas de quilómetros.

Soledar é, a apar de Bakhmut, uma cidade bastante maior, a 10 kms de distância, consideradas pelos analistas militares como locais estratégicos no avanço russo para a conquista do que resta por anexar em território da República Popular de Donetsk, anexada em 2022 por Moscovo, mas território ucraniano no olhar de Kiev, e no cmainho do Rio Dniepre, que separa o leste ucraniano e preponderantemente russófilo, e uma muralha intransponível do ponto de vista militar se as forças do Kremlin lá conseguirem chegar.

Com a caída de Soledar nas mãos do grupo privado paramilitar russo Wagner, que, como explicou o major-general Agostinho Costa, analista militar da RTP3 e da CNN Portugal, é composto por mercenários quando actua no estrangeiro, em África, por exemplo, mas apenas paramilitar se em acção nesta guerra entre a Rússia e a Ucrânia, está aberto, ou facilitado, o acesso desta unidade, que é das mais capazes das forças russas, a Bakhmut, cuja importância, além de estratégica no terreno das batalhas, tem uma dimensão política porque foi recentemente visitada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o que fez deste ponto verdadeiramente importante.

Para já, depois de derrotar as forças ucranianas, com uma devastação em vidas humanas que não era vista desde a II Guerra Mundial, de um e do outro lado, com combates casa a casa, rua a rua, prédio a prédio, túnel a túnel, em Soledar, a unidade Wagner aposta agora tudo em Bakhmut.

E se tiver idêntico sucesso ao de Soledar, pode ganhar dimensão de ponto de viragem neste conflito, porque fica aberto caminho para que os russos tomem o resto de Donetsk, que é, entre os objectivos definidos pelo Presidente Vladimir Putin para a sua "operação militar especial", o mais relevante.

Estão a chegar os "tanques"...

Para já, é o avanço fulgurante dos russos em direcção a Bakhmut que parece estar a levar os países aliados de Kiev a rever as suas políticas de envio de material de guerra pesado, porque sabem que se Moscovo triunfar ali, dificilmente deixará cair estes territórios pela sua disposição orográfica de defesas naturais, e a Ucrânia será, num posterior e inevitável acordo negociado, amputada de uma vasta área no leste, que inclui Donetsk e Lugansk, a leste, Zaporijia e Kherson (parcialmente) e a Crimeia, a sul.

Se os franceses já avançaram com a entrega de AMX-10, blindados de transporte de tropas equipados com uma arma de média capacidade, e os alemãos formalizaram a entrega dos Marder, com igual função, enquanto nos EUA se prepara o envio dos Bradley, também para o mesmo efeito, falta agora a chegada dos pesados e mais importantes carros de combate, os Leopard-2 germânicos ou os Abrams norte-americanos.

E é aqui que o regime de Kiev se mostra cada vez mais impaciente porque o seu chefe máximos das Forças Amadas, general Valery Zaluzhny, disse há dias que só será possível travar os russos com a chegada às suas unidades de 300 carros de combate pesados, 600 blindados e milhares de peças de artilharia e veículos ligeiros, pick ups, etc, tendo igualmente o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmity Kuleba, afirmado não perceber porque é que os aliados ocidentais tardam a enviar esse equipamento.

Alias, este mês, no dia 20, os aliados da NATO e da União Europeia, vão voltar a reunir na Alemanha para dar gás ao apoio a Kiev de forma a travar as conquistas recentes e a inverter o curso da guerra, onde se enquadra a eventual entrega dos Leopard-2 a Kiev por parte da Alemanha, ou da Polónia, que já disse ter essas disponibilidade mas que, por questões contratuais, precisa de autorização dos alemães para poder fazer a sua reexportação.

Isto, quando Moscovo parece estar a ganhar uma impetuosidade que pode ser decisiva, seja com a chegada de mais de 150 mil homens à frente dos mais de 300 mil mobilizados em Setembro de 2022, seja porque, como as imagens divulgadas pelos media russos e por alguns ocidentais mostram, também a Rússia está a fazer chegar material militar moderno ao Donbass, como os requalificados e sofisticados carros de combate T-90, ou mesmo os ultra-sofisticados T-14 Armata, os novos helicópteros K-52 ou ainda o caça de 5ª geração, o furtivo SU-57, que já efectuou algumas missões neste conflito., além dos novos mísseis hipersónicos que passaram a equipar as unidades navais da frota do Mar Negro.

A grande ofensiva russa?

A par destes desenvolvimentos de um e do outro lado, com o conflito a prolongar-se muito além do que era esperado quando, a 24 de Fevereiro de 2022, as colunas russas atravessaram a fronteira, os especialistas militares ocidentais, como o Coronel Mendes Dias, apontam agora para a efectiva preparação de uma ofensiva alargada dos russos na Ucrânia, como é disso sinal o facto de o Presidente Vladimir Putin ter, já esta semana, trocado novamente o comandante das forças na Ucrânia, até aqui o general Sergei Surovikin, famoso pelo seu desempenho na Síria, pelo general Valery Vasilyevich Gerasimov, que acumula com o posto de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Rússia.

Isto, porque com o posto de comando máximo na Ucrânia a ser ocupado pelo também chefe máximo das Forças Armadas, está garantida a coordenação efectiva entre os três ramos, Exército, Marinha e Força Aérea, essencial para desencadear a já esperada ofensiva de Inverno, aproveitando o endurecimento dos solos devido às temperaturas que chegam aos 20 graus negativos, o que permite o avanço dos pesados "tanques" T-72 ou T-90, que estaõ a chegar às centenas ao Donbass.

É ainda relevante o facto de Gerasimov ser um dos principais e mais leais militares de Putin, o que permite antever que a capacidade russa foi substancialmente reforçada para que uma ofensiva em larga escala não resulte num fracasso, ao qual, possivelmente, nenhum dos chefes resistiria, incluindo o próprio Putin.

Para já, sabe-se, porque isso mesmo foi dito pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que a operação russa vai continuar no Donbass, elogiando o trabalho "heróico" das unidades Wagner e dos paraquedistas das forças regulares russas que tomaram Soledar, alargando os elogios do Kremlin aos seus homens na vasta frente de mais de 1.200 kms de combates mais ou menos intensos.

No entanto, esta efusividade russa pode chocar de frente, rapidamente, com as movimentações em curso, tanto na Ucrânia, com a abertura da porta da frente (legal) das suas Forças Armadas, para os mercenários estrangeiros - embora os russos digam que isto se deve à aniquilação do grosso das suas forças regulares -, esperado-se que largos milhares cheguem rapidamente da Polónia, Roménia e dos Bálticos, entre outras geografias, bem como a possibilidade de novos equipamentos da NATO chegarem ao campo de batalha, desde logo os temíveis Leopard-2 e os Abrams, considerados verdadeiros elementos de mudança no curso do conflito.

EU e NATO renovam "votos" de parceria anti-Rússia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta semana a criação de uma 'task force' conjunta com a NATO para avaliar a debilidade das infra-estruturas críticas e melhorar a sua resiliência contra adversários que são uma crescente "ameaça às democracias"

"Hoje vamos lançar uma "task force" entre a União Europeia (EU) e a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para a resiliência das infra-estruturas críticas", anunciou Ursula von der Leyen, no arranque de uma discussão sobre defesa e segurança na College of European Commissioners, em Bruxelas.

A presidente da Comissão Europeia explicou que esta "task force" conjunta vai ser "composta por especialistas da NATO e da UE e vai trabalhar para identificar ameaças cruciais às infra-estruturas críticas, olhar para as vulnerabilidades estratégicas que têm e desenvolver princípios-chave para melhorar a sua resiliência".

Esta parceria surge menos de 24 horas depois de a Rússia e a China terem sido apontadas em Bruxelas, pela EU e pela NATO como principais adversários quando as duas organizações assinavam a terceira, e redundante, declaração conjunta, que só tem a valia de relembrar este posicionamento anti-Rússia.

Até porque, na mesma ocasião, o chefe da NATO, Jens Stoltenberg, insistiu, de novo citado pela Lusa, na ideia que esta parceria "é mais importante do que nunca", o que salienta o facto de que a UE e a NATO serem, de facto, os principais aliados de Kiev, garantindo um apoio ilimitado em armamento convencional, havendo, no entanto, dúvidas sobre o envio para o terreno de equipamento mais pesado, e no financiamento do regime de Kiev, com largas dezenas de milhares de milhões de euros ao mesmo tempo que aplicam a Moscovo as mais duras sanções alguma vez atiradas contra um país.

O que levou a que Kiev viesse, através do ministro ucraniano da Defesa, Aleksey Reznikov, dizer aos seus aliados para não se esquecerem de que eles apenas dão dinheiro e armas porque quem dá o sangue em nome da NATO são os ucranianos.

Kiev em missão em nome da NATO

Este esforço permanente, refrçado nos últimos dias, dos países ocidentais para garantir capacidade de defesa e de ataque aos ucranianos, que inclui, além dos blindados, os sistemas de defesa anti-aéreos mais sofisticados, os Patriot, visando a manutenção de Bahmut, bem como de outras localidades estratégicas - mas nenhuma como aquela - no Donetsk, foi acompanhado de uma declaração de grande relevo por parte do ministro da Defesa ucraniano, que veio a público dizer que o seu país também está a combater os russos em nome da NATO.

Esta foi a primeira vez que um responsável de topo em Kiev admitiu que as suas forças miliares combatem no lugar da NATO e dos EUA para fragilizar a Rússia, o que obriga, provavelmente, a um reposicionamento do ocidente.

As palavras do ministro ucraniano da Defesa, Aleksey Reznikov, foram ainda mais desafiadoras para Washington e os seus aliados da NATO, sublinhando que nesta guerra em que a Ucrânia combate em nome do ocidente, estes países apenas entram com equipamento militar enquanto os ucranianos com o sangue derramado no campo de batalha.

Em entrevista a um canal ucraniano, o governante disse ainda que a Rússia é oficialmente apontada - foi assim dito na Cimeira de Madrid em 2022 - como a principal ameaça ao ocidente, e que, "hoje, a Ucrânia está a levar a cabo uma missão em resposta a essa ameaça em nome da NATO sem que esses países derramem o sangue dos seus povos porque a Ucrânia derrama o sangue do seu povo", o que, acrescentou, "exige que nos providenciam as suas melhores armas", onde entra a questão dos blindados pesados.

Entretanto, para fazer frente com sucesso aos russos, o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas da Ucrânia, General Valery Zaluzhny, disse numa entrevista recente a The Economist, que KIev precisa de mais de 300 blindados, 600 carros de transporte de militares e 500 peças de artilharia, o que é um "menu" bem recheado para a capacidade de resposta ocidental, que, segundo alguns analistas, se aproxima rapidamente da sua saturação em vários tipos de armamento, desde logo veículos blindados e howitzers (canhões).

E a paz pode chegar no "estilo coreano"

Desde que a guerra da Coreia deixou de fazer vítimas na Península Coreana, na década de 1950, ambos os lados, Norte e Sul, mantiveram as posições, a partir de 1953, numa linha definida pelo Paralelo 38, com a assinatura de um armistício mas sem a confirmação por um acordo de paz.

Esta realidade coreana foi imposta pela incapacidade de ambos os lados, o Norte apoiado pela China e pela URSS, enquanto o Sul era apoiado pelos EUA e pelos seus aliados ocidentais, em avançar mais um milímetro no terreno ocupado pelo outro, consolidando posições com fortificações inexpugnáveis, o que é quase em tudo semelhante com o que se está a verificar no leste da Ucrânia, onde nem russos nem ucranianos parecem conseguir empurrar o opositor das suas posições actuais, mesmo que aqui e ali possam surgir avanços muito limitados e insignificantes.

É por isso que o Governo de Volodymyr Zelensky está agora a acusar Moscovo de pretender conduzir a guerra para um beco sem saída "estilo coreano", formalizando o status quo.

O chefe do Conselho Nacional de Defesa e Segurança de Kiev, Aleksey Danilov, acusa os russos que quererem impor uma situação como a que subsiste há décadas na Península Coreana, o que lhes permitiria, a Moscovo, ganhar uma substancial parte dos territórios ucranianos que conseguiram ocupar até aqui.

Esses territórios consistem basicamente na Península da Crimeia, integrada na Rússia em 2014, e numa grande parte das regiões anexadas em Setembro do ano passado, Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, o que, a verificar-se, seria claramente uma vitória limitada de Moscovo sem que Kiev não deixasse de puder dizer que também conseguiu uma posição valorizável face à impossibilidade de a Rússia conseguir totalmente os seus intentos.

Esta possibilidade de solução ao estilo coreano é, para já, recusada por Kiev, mas, ao que disse o responsável ucraniano, as chefias russas estão a tentar impô-la como razoável à União Europeia e aos EUA.

Até agora não existe quaisquer reacções em Bruxelas ou em Washington, mas esse silêncio, em diplomacia, pode ser interpretado como um momento de reflexão sobre uma proposta com alguma, pelo menos, exequibilidade.

Ainda assim, em Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov veio já negar quaisquer movimentações russas nesse sentido.

Contexto da guerra na Ucrânia

A 24 de Fevereiro de 2022 as forças russas iniciaram a invasão da Ucrânia por vários pontos, tendo o Presidente russo dito que se tratava de uma "operação militar especial", sublinhando que o objectivo não é a ocupação do país vizinho, condição que evoluiu depois para a anexação de territórios no Donbass mas também as regiões de Kherson e Zaporijia, mas sim a sua desmilitarização e desnazificação e assegurar que Kiev não insiste na adesão à NATO, o que Moscovo considera parte das suas garantias vitais de segurança nacional.

O Kremlin critica há vários anos fortemente o avanço da NATO para junto das suas fronteiras, agregando os antigos membros do Pacto de Varsóvia, organização que também colapsou com a extinção da URSS, em 1991.

Moscovo visa ainda garantir o reconhecimento de Kiev da soberania russa da Península da Crimeia, invadida e integrada na Rússia, depois de um referendo, em 2014, e ainda a independência das duas repúblicas do Donbass, a de Donetsk e de Lugansk, de maioria russófila, que o Kremlin já reconheceu em Fevereiro, tendo acrescido a esta reivindicação as províncias de Kherson e Zaporijia, depois da realização de referendos que a comunidade internacional, quase em uníssono, não reconhece.

Do lado ucraniano, a visão é totalmente distinta e Putin é acusado de estar a querer reintegrar a Ucrânia na Rússia como forma de reconstruir o "império soviético", que se desmoronou em 1991, com o colapso da União Soviética.

Kiev insiste que a Ucrânia é una e indivisível e que não haverá cedências territoriais como forma de acordar a paz com Moscovo, sendo, para o Presidente Volodymyr Zelensky, essencial o continuado apoio militar da NATO para expulsar as forças invasoras.

A organização militar da Aliança Atlântica está a ser, entretanto, acusada por Moscovo de estar a desenrolar uma guerra com a Rússia por procuração passada ao Exército ucraniano, o que eleva, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, o risco de se avançar para a III Guerra Mundial, com um confronto directo entre a Federação Russa e a NATO, que tanto o Presidente dos EUA, Joe Biden, como o Presidente Vladimir Putin, da Rússia, já admitiram que se isso acontecer é inevitável o recurso ao devastador arsenal nuclear dos dois lados desta barricada que levaria ao colapso da humanidade tal como a conhecemos.

Esta guerra na Ucrânia contou com a condenação generalizada da comunidade internacional, tendo a União Europeia e a NATO assumido a linha da frente da contestação à "operação especial" de Putin, que se materializou através de bombardeamentos das principais cidades, por meio de ataques aéreos, lançamento de misseis de cruzeiro e artilharia pesada, e com volumosas colunas militares a cercarem os grandes centros urbanos do país, mas que agora está concentrada no leste e sudeste da Ucrânia.

Na reacção, além da resistência ucraniana, Moscovo contou com o maior pacote de sanções aplicadas a um país, que está a causar danos avultados à sua economia, sendo disso exemplo a queda da sua moeda nacional, o rublo, que chegou a ser superior a 60%, embora já tenha, entretanto, recuperado.

Estas sanções, que já levaram as grandes marcas mundiais a deixar a Rússia, como as 850 lojas da McDonalds, a mais simbólica, abrangem ainda os seus desportistas, artistas, homens de negócios, a banca e grande parte das suas exportações, ficando apenas de fora o sector energético, do gás natural e em pate do petróleo...

Milhares de mortos e feridos e mais de 5,5 milhões de refugiados nos países vizinhos da Ucrânia são a parte visível deste desastre humanitário.

O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página.