Joe Biden confirmou o que já se sabia, que os EUA continuam a apoiar a Ucrânia até que seja, pelo menos, garantida uma paz justa e duradoura" e que Israel sabe que tem um amigo para todas as ocasiões, a quem Washington não faltará, mas avisou que "a guerra em Gaza tem de acabar".
Recorrendo à sua longa experiência, conquistada na política dos 29 anos aos actuais 81 anos, disse que todos os problemas são ultrapassáveis se houver vontade mas isso acontece com mais facilidade se o mundo estiver unido na procura de soluções.
E deu um exemplo que pode ser considerado como uma advertência para a possibilidade de os inimigos de hoje serem os amigos de amanhã, porque, naquele tempo em que chegou ao Senado norte-americano, os EUA lutavam com o Vietname numa trágica guerra "e hoje aquele país asiático e os EUA são Nações amigas".
"Nunca esqueçam que as coisas melhoram, que mudam com a vontade dos povos e das Nações", lembrou Biden, como a sublinhar que com quem hoje se está em guerra, amanhã pode-se estar a falar de parcerias.
E notou que hoje está de novo a enfrentar crises globais: "Hoje estou outra vez a enfrentar crise globais importantes, temos de enfrentar os desafios e encontrar soluções", sublinhando a necessidade de lidar com os desafios das alterações climáticas, com as dúvidas geradas pela Inteligência Artificial, com o risco de pandemias como a Covid e os perigos que as democracias e a liberdade enfrentam em todo o mundo.
Não referiu, excepto por breves segundos e de forma genérica, as questões africanas, mas esmiuçou com substantivo conteúdo o problema que a China representa para os Estados Unidos, embora aponte que Washington deve colaborar com Pequim, sem que, no entanto, se ignore a pressão chinesa sobre as outras nações da região asiática, destacando o exemplo de Taiwan, a quem renovou os compromissos de apoio para o futuro.
"Muitos olham para o mundo hoje e só vem dificuldades, mas eu não, como líder tenho de ver onde estão as soluções, o clima, o risco para a democracia, a Inteligência Artificial... Eu já vi muito ao longo de décadas de serviço e outros tantos problemas foram ultrapassados, como a Covid há bem pouco tempo...", apontou.
Aos ucranianos renovou as garantias de apoio para resistir à agressão russa e disse que esse apoio é inamovível porque "não se pode olhar para o lado, pelo menos até que a Ucrânia obtenha uma paz justa e durável".
"A guerra de Putin falhou no seu objectivo maior" disse para sublinhar de novo que a guerra na Ucrânia está entre as suas prioridades de segurança, insistindo que o Presidente russo "queria destruir a Ucrânia mas a Ucrânia continua livre, queria enfraquecer a NATO mas a NATO está maior e mais forte, e mais unida que sempre".
"Mas não podemos abrandar, porque o mundo tem agora outra importante escolha para fazer: vai apoiar e ajudar a Ucrânia a ganhar esta guerra para preservar a sua liberdade ou vai desistir e recuar deixando o agressor destruir uma Nação", questionou de forma retórica.
"A minha resposta eu sei qual é, não podemos enfraquecer. Não podemos olhar para o lado e abandonar à Ucrânia à sua sorte", avisou.
Frisou igualmente que Israel tem o direito de se defender e que o fará com o apoio dos Estados Unidos, apontando para a barbaridade demonstrada pelo ataque do Hamas a 07 de Outubro de 2023, embora tenha sublinhado igualmente os milhares de palestinianos civis e inocentes mortos em Gaza.
"Este é o tempo das partes concluírem os termos de um cessar-fogo e fazer com que os reféns regressem a casa, acabando com o sofrimento de milhares de civis em Gaza, acabando com a guerra", apontou.
Avisou que a guerra em Gaza tem de acabar e que uma guerra total no Médio Oriente, devido a esse risco ser hoje maior com os ataques entre Telavive e os Hezbollah, "não é do interesse de ninguém".
Defendeu que em vez de bombardeamentos e roquetes, Israel e o Hezbollah deviam optar pela troca de estratégias diplomáticas "porque uma guerra total não interessa a ninguém. E mesmo que se esteja já perante esse tipo de escalada, a diplomacia tem soluções".
"Na verdade, a diplomacia é o único caminho para garantir segurança prolongada e duradoura que permita aos habitantes do norte de Israel regressarem às suas casas", disse, repetindo um dos mais vincados argumentos de Benjamin Netanyhau para lançar a ofensiva actyal contra o movimento xiita no sul do Líbano.