Maclean Natugasha, director nacional do Conselho Norueguês para Refugiados no Mali, lembra que se deve fazer o esforço para manter as portas das escolas abertas para fechar as dos caminhos da pobreza e da violência.

As ameaças de grupos armados continuam a ser o principal factor por trás do encerramento de 1.700 escolas no Mali hoje. Nos últimos dois anos, o país está entre os três países africanos cujas escolas são mais atacadas, junto com a Nigéria e a República Democrática do Congo, segundo a Coalizão Global para Proteger a Educação do Ataque (GCPEA).

Além da insegurança, a educação de emergência em zonas de conflito é severamente subfinanciada. Desde o início do ano, uma em cada dez escolas no Mali permaneceu fechada devido à falta de infraestrutura e equipamento escolar. O orçamento nacional do Mali não pode cobrir as necessidades e a educação é um dos sectores menos financiados na resposta humanitária, respondendo por apenas 2% dos fundos recebidos em 2022.

Para escolas em áreas de conflito que lutam para permanecer abertas, é vital ter financiamento para construir e reabilitar a infraestrutura escolar.

"Em algumas escolas da região, uma única sala de aula pode acomodar até 300 crianças devido à falta de infraestrutura", disse Ibrahim Ag Bijangoum, director interino da Ménaka Education Academy.

"A solução para os problemas de financiamento da educação no Mali está nas mãos dos doadores e das autoridades. Sem a sua mobilização e coordenação, as fichas de meio milhão de crianças malianas ficarão em branco", disse Natugasha.

Em 31 de Março de 2022, 1.700 escolas permaneciam fechadas no Mali, afectando o acesso à educação para mais de meio milhão de crianças.