De acordo com os dados disponibilizados pelo relatório agora dado a conhecer, 48% da população mundial não se alimenta de forma adequada, o que se traduz, em primeira linha, por fome, que vai de formas ligeiras de subnutrição a severa, passando por qualidade insuficiente dos alimentos, que estão na génese, por exemplo, de raquitismo ou atrasos no desenvolvimento físico e cognitivo de milhões de crianças e adolescentes.

Os dados contidos neste documento elaborado pelas agência da ONU, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ou ainda pela Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO), são claros e inequivocamente preocupantes: mais de 200 milhões de crianças com idade inferior a 5 anos apresentam crescimento com atraso, são excessivamente magras ou têm excesso de peso gerado por alimentos sem qualidade nutritiva.

Há ainda dados inquietantes sobre a obesidade no mundo e o número galopante de mortes provocadas por dietas desadequadas.

Mas o mais grave deste estudo é que os dados indicam de forma clara que estes problemas agravaram-se nos últimos 10 anos, sendo que a falha na dieta diária de fruta e vegetais, que cresce em todo o mundo, assume especial gravidade nos países pobres, onde as populações consomem cada vez mais alimentos pouco ou nada nutritivos excessivamente calóricos.

Além de interromper os sistemas de alimentação e saúde, a pandemia de covid-19 empurrou mais 155 milhões de pessoas para a pobreza extrema, acrescenta.

A pandemia da Covid-19 veio agravar sobremaneira este cenário global, como o atesta este documento denominado "Relatório Global de Nutrição" elaborado pelas Nações Unidas.