O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, considerou, numa mensagem divulgada via Twitter, que o país e o mundo perderam um "líder sem igual" e um dos mais notáveis africanos de sempre.
Ramaphosa acrescentou que Tuto deve ser um exemplo para a construção de uma África do Sul melhor no futuro.
A ligação ímpar à luta contra o apartheid, que acabou por ruir em 1994, feito para o qual Tuto ficou imortalizado ao lado de figuras como Nelson Mandela, é um dos elementos da sua vida que está a ser sublinhada por todos aqueles que, ouvidos pela imprensa mundial, se referem ao falecimento de Desmond Tuto.
O Prémio Nobel da Paz foi-lhe atribuído em 1984, 10 anos antes do apartheid colapsar com a libertação, primeitro, e depois a eleição de Nelson Mandela como primeiro Presidente eleito eme democracia na África do Sul sem as grilhetas racistas do regime que ali vigorou de 1948 a 1994.
"A nossa Nação perde um dos mais notáveis homens da sua geração que é uma geração de homens excepcionais que lutaram e conseguiram legar aos seguintes um país livre", disse Ramaphosa, acrescentando que a morte do bispo emérito e activista pelos Direitos Humanos abre um novo capítulo na história da África do Sul e de África.
Desmond Tuto, que morreu na Cidade do Cabo, lutava há mais de 30 anos contra um cancro na próstata e esteve hospitalizado várias vezes devido à doença. Tinha anunciado que deixava a vida pública em 2014.
Foi o homem que liderou, por escolha de Mandela, depois deste ter sido eleito, a Comissão para a Verdade e Reconciliação da África do Sul, cuja missão foi investigar os crimeses associados ao apartheid mas abrangendo ambos os lados da barricada.