A embarcação, com o nome HB Tonton, levava a bordo mais de 250 passageiros, muito além do limite oficial, e um excesso de carga, o que são os dois "condimentos" por detrás da esmagadora maioria dos naufrágios, a par da decrepitude, que todos os anos tiram a vida a centenas de pessoas na RDC.
O naufrágio ocorreu perto da 01:00, hora local, de Domingo, a cerca de 74 kms da capital do Equador, uma região fronteiriça com o Congo-Brazzaville, e os meios de socorro, quando chegaram, primeiro outras embarcações que estavam naquele troço do rio, conseguiram resgatar cerca de 250 pessoas.
Mas pelo menos 40 vidas perderam-se nas escuras água do Rio Congo e mais de duas dezenas estão ainda desaparecidos, o que indica que esta lista pode ainda aumentar à medida que as horas passam.
A maior parte das vítimas mortais, dos desaparecidos e dos sobreviventes são comerciantes que se dirigiam para os mercados da região, especialmente os de Mbandaka, uma cidade na margem esquerda do Rio Congo com perto de 1,2 milhões de habitantes.
A RDC tem um pesado e complexo problema para resolver porque nos anos a seguir à independência, no início da década de 1960, a malha viária deixou de ter manutenção, tendo sido literalmente engolida pela vegetação, ficando apenas os rio como vias de comunicação viáveis.
Mas, tal como as estradas, também as embarcações são escassas e com fraca ou nenhuma manutenção anos a fio, o que faz com que estas naveguem permanentemente com excesso de carga e de passageiros, receita para este tipo de tragédia, que todos os anos faz largas centenas de mortos.
Outra razão para os naufrágios sucessivos nas vias fluviais congolesas é que este tipo de transporte é comum durante a noite porque permite aos passageiros chegar aos destinos onde comercializam os seus bens pela manhã cedo, e a falta de sinalização ou de iluminação própria são geradores de risco acrescidos.