Aquela que será a terceira viagem do papa Francisco à África subsaariana e uma das suas mais longas deslocações, é também a primeira desde o aparecimento de uma dor aguda no joelho por causa de um desgaste de cartilagem e um problema de ligamentos, que tem levado o "santo padre" a aparecer em público, nos últimos dias, ou em cadeira de rodas ou com a ajuda de uma bengala.

Esta viagem, uma das mais difíceis do seu pontificado, nomeadamente pela situação sociopolítica instável que se vive em ambos os países, acontece também num momento em que crescem os rumores de que o Papa Francisco poderá renunciar ao pontificado em breve.

Segundo o director do gabinete de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, a partida do Papa está marcada para sábado, 2 de Julho, com destino a Kinshasa. Como é hábito nas visitas apostólicas, o seu primeiro encontro será com as autoridades civis do país. Vai ser recebido pelo Presidente, autoridades e corpo diplomático no jardim do Palácio da Nação, onde fará o seu primeiro discurso. Ainda no sábado, está prevista uma deslocação à nunciatura em Kinshasa, onde se reunirá com membros da Companhia de Jesus.

A última visita de um papa a Kinshasa remonta a agosto de 1985, quando João Paulo II passou dois dias no país, que então se chamava Zaire e era dirigido por Mobutu Sese Seko.

O Vaticano diz que os pormenores da viagem serão divulgados mais tarde, mas a visita ao Sudão do Sul é uma das que o Papa mais queria fazer desde que iniciou o pontificado, mas tem vindo a ser adiada várias vezes devido à instabilidade do país.

Em abril de 2019, o papa, o arcebispo da Cantuária, Justin Welby, e o moderador da Igreja da Escócia, Jim Wallace, que deverão acompanhar Francisco nesta viagem, convocaram um retiro espiritual no Vaticano para ajudar ao processo de paz no Sudão do Sul. Durante o encontro, o papa ajoelhou-se e beijou os pés do Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, e do opositor Riek Machar, insistindo para que fosse posto em prática o acordo de paz que tinham assinado no ano anterior. A 12 de Janeiro de 2020, foi assinada em Roma a declaração de paz em que o Governo sul-sudanês e os movimentos da oposição se comprometeram a um cessar das hostilidades e ao diálogo.

Desde que foi eleito em 2013, Francisco deslocou-se em 2015 ao Quénia, Uganda e República Centro-Africana e em Setembro de 2019 visitou Moçambique, Madagáscar e Maurícia.

O líder da Igreja católica visitou também o Egipto em 2017.