Esta decisão, segundo o documento que autoriza a despesa assinado pelo Presidente da República é devida "à necessidade premente de se criar condições estruturais de funcionamento e suporte à actividade turística".
No documento consultado pelo Novo jornal, onde não é avançado o número ou o tipo de viaturas a adquirir nem o nome da empresa beneficiária do contrato, lê-se igualmente que esta despesa visa suprir as dificuldades de mobilidade, incluindo os órgãos superintendidos pelo Ministério do Turismo, designadamente os polos de desenvolvimento turístico e a Agência Nacional para a Região do Okavango, um instituto público "especializado e descentralizado" criado em 2019 pelo PR e encarregado da promoção e atracção de investimentos privados para a região do Kubango/ Okavango "que concorram para o seu desenvolvimento sustentável, através da criação de oportunidades de emprego e fontes de arrecadação de receitas".
O Chefe de Estado aprovou, em Março do ano passado, o Plano Nacional de Fomento ao Turismo (PLANATUR) para revitalizar o sector em Angola, com a promessa de investimento, entre 2024 e 2027, de cerca de 2,5 biliões de kwanzas (3 mil milhões de dólares) no programa.
Como avançou na altura o Novo Jornal, o PLANATUR estará focado nas oito províncias com mais potencial turístico: Benguela, Luanda, Kuando Kubango, Kwanza Norte, Malange, Namibe, Huíla e Zaire.
O Plano Nacional de Fomento ao Turismo será desenvolvido por fases, segundo o documento a que o Novo Jornal teve acesso, e a verba prevista deverá ser disponibilizada em quatro parcelas: a primeira, com perto de 4,5 mil milhões de Kwanzas, está ligada a despesas de apoio de desenvolvimento, que cobrirão acções a curto e médio prazos, de capacitação, estruturação, promoção e desenvolvimento da oferta turística.
Já a segunda, com 2,2 biliões de kwanzas, está ligada aos Investimentos Públicos que, no médio prazo, cobrirão acções de requalificação dos principais recursos turísticos distribuídos nas províncias prioritárias, bem como a infra-estruturação dos Pólos de Desenvolvimento Turístico de Cabo Ledo, Calandula e Okavango.
A terceira, com o valor de 246,6 mil milhões de kwanzas, refere-se ao financiamento do sector privado nacional para o fomento do turismo, reforçando o capital disponível junto da banca, assim como do Fundo Activo de Capital de Risco de Angola (FACRA).
Fazem parte dos objectivos deste plano do Governo "sensibilizar os agentes de acolhimento sobre a importância do turismo na economia nacional, dotar os agentes de acolhimento com informações sobre boas práticas de hospitalidade, aumentar a disponibilidade de informação sobre turismo no seio das instituições públicas, académicas, religiosas, associações e público em geral", bem como "facilitar o acesso dos turistas e visitantes aos parques nacionais".
São igualmente objectivos do PLANATUR "criar estratégias específicas de marketing para os diferentes mercados a atrair, facilitar a mobilidade interna dos turistas, permitir a entrada de mais companhias aéreas e facilitar a conectividade dos destinos turísticos, definir o ordenamento turístico das praias, melhorar a qualidade dos serviços prestados pelos empreendimentos turísticos e assegurar o aperfeiçoamento contínuo das competências técnicas dos profissionais do sector".
O Plano Nacional de Fomento ao Turismo prevê também "criar um mecanismo de certificação dos profissionais do sector d, melhorar o sistema de pagamento de prestação de serviços turísticos, atrair investimentos para os Pólos de Desenvolvimento Turístico, promover Angola como destino turístico, e apresentar ao mundo as oportunidades de investimento no turismo de Angola".
Segundo o documento, "Angola tem um forte potencial no sector do Turismo, o que representa uma oportunidade excepcional para transformá-lo num sector estratégico para o processo em curso de diversificação da economia, impulsionando, igualmente, o desenvolvimento social, protegendo e valorizando os recursos naturais. Entretanto, actualmente, o turismo em Angola tem enfrentado vários constrangimentos, que precisam de ser removidos para potenciar o seu desenvolvimento".