Vários mangais instalados na zona costeira do município petrolífero do Soyo, na província do Zaire, estão a ser abatidos para dar lugar à construção de um porto pesqueiro, denunciam ambientalistas.

O tema sobre a protecção dos mangais ao longo do literal angolano ganhou mediatização depois de, em Fevereiro deste ano, o Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, ter anunciado, durante a participação no "Workshop Internacional sobre Zonas Húmidas", um programa de reflorestação, no País, de 1 milhão de mangais.

"Temos uma vasta extensão costeira e parece-nos que se negligenciou um estudo mais acautelado para a implementação do referido projecto pesqueiro. Escolheu-se logo uma zona vasta de mangais, que está a ser devastada", denunciam activistas do meio ambiente a partir do Soyo.

Observam que "é, no mínimo, curioso" que sejam abatidos mangais para dar lugar à edificação de um porto pesqueiro "quando os próprios mangais são berçário para a produção de várias espécies marinhas, entre as quais peixes".

"Os mangais têm uma múltipla vantagem, pois, para além de evitarem catástrofes naturais como colemas, são um importante habitat para espécies marinhas. Aliás, não nos esqueçamos de que muitas comunidades costeiras encontram o seu meio de subsistência nos mangais, exercendo a pesca artesanal", recordam.

Várias organizações ligadas à defesa do ecossistema têm anunciado, nos últimos anos, uma intensa jornada de apelo à defesa dos mangais ao longo da costa angolana.

No final de 2020, a ONG Otchiva, com o foco da sua acção ambiental na defesa dos mangais, encabeçou um estudo sobre o estado dos mangais no Zaire. A jornada teve acompanhamento, entre outras figuras, do governador provincial, Pedro Júlia, e do embaixador da Bélgica em Angola.

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