Este partido, que integra a "coligação" que integra a maior força política da oposição, acusa Ramy Lumbu de ter vindo a Luanda para "fazer a lavagem da imagem do Governo do MPLA".

"Uma alta entidade da União Africana não pode vir ao nosso País fazer a lavagem de imagem do Executivo angolano, a não ser que seja por grave tráfico de influências. Dizer que em Angola não há violação dos direitos humanos, o BD deplora e reprova estas declarações", diz um comunicado da comissão política permanente desta formação política.

As declarações de Ramy Mgoy Lumbu foram feitas recentemente em Angola, durante um encontro com o Ministro do Interior, Eugénio César Laborinho.

"O BD considera que o presidente da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos deve retratar-se porque não é tolerável que ignore que Angola, subscritora da Carta dos Direitos Humanos e dos Povos (1990), viola de forma reiterada, inequívoca e grosseira os direitos humanos", diz ainda o documento.

Que acrescenta: Entre os "factos mais recentes (está) a repressão de manifestações e protestos, a perseguição e encarceramento de sindicalistas e activistas cívicos, havendo, neste momento, cidadãos presos, por delito de opinião".

O BD considera que tal afirmação, não sendo resultado de um desconhecimento total da realidade interna de Angola, demonstra "uma atitude de cumplicidade com a violação sistemática dos direitos humanos, no País, o que é, em ambos os casos, inaceitável e ofensivo à dignidade do povo angolano".

"Os exemplos de violação repetida e sistemática dos direitos humanos são muitos e vêm também do sistema prisional do País, no qual os reclusos são submetidos a condições desumanas, vivendo situações de sobrelotação, insuficiência alimentar e desrespeito de direitos que os levam ao desespero total, não reconhecendo vontade por parte do Executivo para reverter essa situação", diz ainda o documento.