O presidente do Bloco Democrático (BD), Filomeno Viera Lopes, anunciou hoje que todos os fundos a que tinham direito na Convenção Ampla de Salvação Nacional - Coligação Eleitoral (CASA-CE), já foram cortados face à consolidação do projecto político da Frente Patriótica.

"É um grande sacrifício para nós. Todos os fundos que tínhamos na CASA-CE já nos foram cortados", disse ao Novo Jornal Filomeno Viera Lopes, lembrando que o BD tinha decidido, "manter o apoio prestado à CASA-CE no domínio da gestão contabilística, reforçar a sua presença na gestão do Grupo Parlamentar e manter intactos todos os direitos adquiridos por via das eleições gerais de 2017, nomeadamente a quota dos comissários à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e as verbas alocadas aos partidos, trimestralmente".

O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, confirmou que "alguns direitos do partido Bloco Democrático (BD) estão congelados" até que esta formação esclareça a sua posição na coligação, o que deve suceder de forma natural na próxima terça-feira, ou de Outubro, quando os integrantes da Frente vão formalizar o processo da sua constituição.

Manuel Fernandes argumentou o "congelamento de alguns direitos", alegando que o BD está, engajado no projecto político Frente Patriótica Unida (FPU), integrada pela UNITA e o político Abel Chivukuvuku, movimento que pretende concorrer, de forma unida, contra o MPLA, nas eleições de 2022.

O Bloco Democrático não participou nas eleições gerais de 2012 e em 2017 a participação foi em coligação na CASA-CE.

A CASA-CE foi fundada em 2012 e é uma coligação de seis partidos políticos - Bloco Democrático (BD) (desde 2017), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e Partido Democrático Popular de Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA).