Na sexta-feira, os restos mortais serão inumados no Santana.

O ministro da Justiça e Direitos Humanos, Marcy Lopes, disse que este é um passo "muito importante" em memória da família que perdeu o seu ente querido.

"O trabalho vai continuar, tendo em vista o processo de reconciliação nacional em curso no País", acrescentou.

Sónia Eduardo, filha do general, disse que depois de 46 anos, hoje foi possível receber os restos mortais do seu pai.

"Hoje já é possível falar do meu pai, algo que não acontecia. A minha irmã, que estava na barriga da minha mãe, hoje tem 46 anos de idade e não conheceu o meu pai", lamentou.

O evento, de acordo com o Ministério da Justiça e Direitos Humanos, "resulta de um trabalho meticuloso, cientificamente rigoroso de recolha de amostras (sangue e saliva), para testes de ADN, que foram cruzadas com os exames às ossadas da vítima".

Refira-se que a CIVICOP já entregou as ossadas de Nito Alves, Monstro Imortal, Sianouk e Ilídio Ramalhete, esses ligados ao MPLA.

No que diz respeito à UNITA, foram já entregues e inumadas as ossadas do antigo secretário-geral da UNITA, Alicerces Mango, e do chefe da delegação deste partido na Comissão Conjunta, Salupeto Pena.

O Executivo angolano prometeu a construção do "Memorial às Vítimas dos Conflitos Políticos" com o propósito de preservar a identidade e homenagear as pessoas envolvidas nestes conflitos, de 1975 a 2002.

O Memorial vai ser edificado entre as ruas "Dr. António Agostinho Neto" e a "Dack Doy", na Praia do Bispo.

A parte externa do edifício vai contar com uma árvore petrificada "Mulembeira", com 12 metros de altura e de cor branca, simbolizando a paz , à semelhança dos espaços que são encontrados nas aldeias, onde os mais velhos transmitem aos mais novos a sua sabedoria sobre a resolução de conflitos.

O Memorial, que inicialmente estava previsto ser construído na encosta da Boavista, foi deslocado para as ruas "Dr. António Agostinho Neto" e "Dack Doy", na Praia do Bispo, por orientação do Chefe de Estado.

Sobre o valor do custo da obra, os últimos dados indicam que a empreitada do memorial às vítimas dos conflitos políticos vai avançar, depois de a empresa Nova Jiangsu ter ganhado o concurso público.

A obra, avaliada em 17, 2 mil milhões de kwanzas (33,8 milhões de dólares), vai ser fiscalizada pela DAR-Angola, que cobrará 508, 4 mil dólares.