Albano Pedro faz essa observação à constituição a convite do Novo Jornal, no quadro do 12.º aniversário da promulgação da referida «Carta Magna», ocorrida precisamente a 5 de Fevereiro de 2010, por José Eduardo dos Santos, então Chefe de Estado.
Entretanto, face à ausência daquilo a que chama "simbologia nacional", Albano Pedro considera que a presente constituição ainda não "representa os ideais do povo". E aponta a não-colocação das línguas regionais angolanas como línguas oficiais ou nacionais na Constituição como um dos exemplos da "não-representação das vontades do povo" na «Carta Magna».
"A nossa Constituição ainda é tímida em relação à oficialização das línguas nacionais. Ela diz que são línguas de Angola, nem sequer as chama de língua nacional (...); sendo assim, a constituição acaba por não dar utilidade para elas. Segundo a Unesco, línguas oficiais são todas aquelas línguas utilizadas oficialmente pelo Estado na sua comunicação institucional, ou seja, se quiséssemos traduzir a constituição, ela só poderia ser traduzida para as línguas de Angola se fossem consideradas oficiais, doutra forma não pode haver essa tradução", explica o especialista, para quem, além da consequência anunciada face à falta de um estatuto que as eleve a línguas oficiais, "as línguas de Angola não podem ser ensinadas no sistema de ensino, porque não são veículos de comunicação oficial".
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