"É nestes debates que são feitas as contas de uma governação. Mas aqui dizem que não, porque o trabalho deles é pôr comida na mesa do cidadão", disse Adalberto Costa Júnior, durante um comício popular na cidade do Huambo.

"O MPLA tem de ir outra vez para a escola da democracia. O MPLA foge ao debate, isto é falta de respeito pela democracia. Quem não respeita o povo não merece o seu voto", acrescentou.

Costa Júnior declarou que o "discurso arrogante" do líder do MPLA nos comícios "é por falta de ideias para o desenvolvimento de Angola".

O presidente da UNITA denunciou que, durante o comício do MPLA na cidade do Sumbe foram mobilizados militares em várias unidades para reforçar o local do acto.

"Vocês não receberam dinheiro para virem aqui ao comício, mas os outros fazem isso", referiu, frisando que não é justo ouvir dizer que o resultado do MPLA já esta.

Segundo Adalberto Costa Júnior, a vitória da UNITA nas eleições de 24 de Agosto depende dos militantes e da população em geral e da sua vontade de alternância do poder em Angola.

"No dia 24 somos o poder. Nós vamos receber a vossa confiança, o vosso voto. A UNITA hoje é a esperança de Angola", garantiu, salientando que os seus adversários têm uma garantia diferente.

"O País tem muito dinheiro, mas o povo está pobre. Olha o que aconteceu em Luanda, chamam motoqueiros e não pagam. Isso é grave", apontou.

"Vamos receber o vosso voto de confiança e nós vamos devolver o vosso direito", referiu, sublinhando que depois da vitória nas eleições gerais, a UNITA vai organizar as eleições autárquicas.

Prometeu que caso vença as eleições, no dia seguinte deixa "imediatamente" o cargo de presidente do partido, ficando apenas como Presidente da República.

"Nós não temos um Presidente da República que não serve a todos", disse, lamentando o discurso de João Lourenço que considerou "um discurso de guerra".

"Nós vamos tratar com dignidade e respeito o Presidente João Lourenço, assim que ganharmos às eleições", revelou, anunciando que em 2020 aconselharam o Presidente João Lourenço a não perseguir os filhos do ex-presidente da República, José Eduardo dos Santos.

"Nós aconselhámos a não perseguir os outros. João Lourenço criou muitos inimigos internamente", referiu, informando que foi a UNITA que propôs a Lei de repatriamento de capitais que o partido no poder não cumpre.

Disse que a UNITA propõe a eleição do Presidente da República fora das listas de partidos políticos.

"Abraçar a revisão da Constituição e devolver os direitos aos cidadãos, a começar pela eleição directa do Presidente da República, porque hoje não se sente obrigado a ir à Assembleia Nacional e justificar os seus actos, contrair empréstimos sem ir à Assembleia

Nacional, aumentando o endividamento do País e sem justificar os gastos, o que penaliza o País", disse.

Referiu que nas províncias onde passou, as estradas estão absolutamente destruídas.

"Nos últimos 10 anos foram gastos pelo Ministério das Obras Públicas mais de 18 mil milhões de dólares, na Casa Militar mais de 12 mil milhões de dólares, mas as estradas estão esburacadas", notou.

O presidente da UNITA insistiu na publicação imediata da lista dos cidadãos registados em Angola e no estrangeiro, no âmbito das eleições gerais de Agosto.

"Até aqui as listas não foram publicadas, isto é não é fraude?", questionou.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e da coligação CASA-CE.

Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).

Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).