"A UNITA tem mais de 30 membros seus detidos inocentemente em várias unidades prisionais no País", disse Adalberto da Costa Júnior durante um encontro com sociedade civil, jornalistas e líderes da Frente Patriótica Unida.

O líder da UNITA que não especificou o autor desta agenda, disse que o seu partido submeteu mais de 61 queixas de vária ordem ao Tribunal Supremo (TS), mas foram engavetadas.

De acordo com Adalberto Costa Júnior, as bandeiras da UNITA hasteadas em várias províncias do País, tendo em vista a campanha eleitoral, são vandalizadas a mando das autoridades governamentais locais.

"Os governadores, que são primeiros secretários do partido nas províncias, orientam as pessoas para arrancarem as bandeiras da UNITA, deixando engalanada a propaganda eleitoral do MPLA", referiu, lamentando que o Largo da Independência em Luanda esteja monopolizado pelo partido no poder, que "não aceita que outras organizações políticas realizem as suas actividades.

Neste encontro, Adalberto Costa Júnior referiu que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não está a cumprir a lei e os prazos eleitorais, por até aqui não publicar as listas dos cidadãos maiores registados em Angola e no exterior.

Apontou que a CNE falha sempre nos prazos de credenciamento dos delegados de listas dos partidos políticos nas mesas de assembleia de voto e dos observadores.

Voltou a falar da necessidade de mais observadores, considerando insuficiente o limite de 2000 para 13.238 assembleias.

O presidente da UNITA lamentou o silencia dos órgãos de comunicação públicos na cobertura da reunião da Internacional Democrática do Centro (IDC), que teve lugar no dia 07 deste mês em Luanda.

"É absurdo a imprensa pública angolana não cobrir a reunião da Internacional Democrática do Centro (IDC), uma organização política cristã com uma centena de partidos membros em todo o mundo e com a presença de muitas personalidades do mundo aqui em Angola", frisou.

Para ACJ, com a UNITA no poder, uma das grandes prioridades é a revisão da actual Constituição que fere os direitos dos angolanos.

"Os tribunais não são independentes, Presidente da República com superes poderes (...) instituições públicas politizadas... Por isso, vamos rever a Constituição", acrescentou.

O coordenador do PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, disse que João Lourenço dividiu o MPLA, mas Adalberto Costa Júnior foi buscar a sociedade civil para fazerem parte num Governo inclusivo.

"A alternância é um acto positivo e não negativo" disse Abel Chivukuvuku, que espera um pleito eleitoral transparente.

O presidente do Bloco Democrático (BD), Filomeno Viera Lopes, pediu empenho de todos nas eleições gerais de 24 de Agosto.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e da coligação CASA-CE.

Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).

Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).