"Reconhecemos que a sua saída (de Abel Chivukuvuku) influenciou nos resultados, porque tivemos crises internas, mas nunca podíamos perder todos 16 deputados eleitos em 2017", disse ao Novo Jornal Manuel Fernandes, alegando haver "uma grande injustiça" contra a coligação.

"É verdade nós reconhecemos que teríamos um número inferior nestas eleições em 2017, mas nunca estaríamos a zero deputados no parlamento. Isto é uma batota grosseira e feia e vergonhosa", acrescentou.

Referiu que o apuramento dos resultados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) caiu na "ilegalidade" por não respeitar medidas de transparência, conforme está previsto na Lei.

"Os números definitivos divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral não reflectem a verdade eleitoral expressa nas urnas. Pelo trabalho que fizemos não é possível o que aconteceu", referiu.

Manuel Fernandes garantiu que a coligação vai continuar a lutar contra a injustiça e preparar a máquina para os próximos desafios, as eleições autárquicas e as gerais de 2027.

"A nossa prioridade é preparar a máquina para os grandes desafios políticos que se aproximam. Vamos reforçar os órgãos internos da CASA-CE, particularmente os intermédios e os de base", prometeu, salientando que a coligação não baixou a guarda.

Nas eleições de 24 de Agosto, o MPLA obteve 51,17 por cento e 124 deputados e a UNITA 43,96 por cento e 90 deputados.

Entre os partidos mais pequenos, foi o PRS quem chegou mais forte, em 3º, com 1,14%, seguindo-se a FNLA, com 1,06%, a PHA, com 1,02%. Todos estes partidos com dois deputados eleitos garantidos.

A CASA-CE com 0,76%, a APN com 0,48 por cento e PJANGO com 0,42% dos votos não conseguiram qualquer assento parlamentar.

Dos mais de 14 milhões de eleitores inscritos, votaram 6.454.109, o que corresponde a 44,82%, e não votaram mais de sete milhões, correspondendo a 55,18% de abstenção.