A Comissão Nacional Eleitoral, segundo apurou o Novo Jornal, encerrou quarta-feira, 17, o processo de solicitação de credenciamento de observadores eleitorais nacionais e internacionais, tendo sido já credenciados até este momento mais de 1.000 observadores nacionais.
"Sempre reiteramos a necessidade de mais observadores, porque o número de 2000 é insuficiente para um País tão vasto", disse aos jornalistas o secretário-geral da UNITA, Álvaro Chikwamanga, dizendo que o processo deveria ser prorrogado.
"São estas, entre outras razões, que fazem com que os partidos políticos da oposição suspeitem que estas eleições não serão transparentes", acrescentou o político.
De acordo com Álvaro Chikwamanga, os responsáveis do seu partido, a nível das mesas da assembleia de votos, foram orientados para estarem "atentos" a possíveis manobras durante o processo de votação e contagem de votos.
O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, disse que a sua coligação tem insistido para o aumento de observadores, mas não tem sido bem-sucedida.
"Um processo eleitoral transparente e livre deve contar com um número considerável de observadores que fiscalizem com rigor as assembleias de voto", referiu.
Manuel Fernandes referiu que face à atitude da CNE, os responsáveis nas assembleias de voto terão a responsabilidade de acompanhar todo o processo no dia de voto.
"Já não podemos fazer mais nada. Esperamos que os nossos responsáveis nas assembleias de voto fiquem atentos e a CNE faça um trabalho transparente", concluiu.
O seu homólogo do PRS, Benedito Daniel, também é da mesma opinião, esperando agora, com este número reduzido de observadores nacionais e internacionais, que a CNE conduza o processo com transparência.
Os observadores internacionais são convidados pela CNE, Tribunal Constitucional e Presidência da República.
Para os convidados da Presidência da República, destaca-se o ex-Presidente da Tanzânia, Jakaya Mrisho Kikwete, que integra uma comitiva de 10 pessoas.
Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.
A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).
Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).
A Comissão Nacional Eleitoral criou 13.238 assembleias de voto, constituídas por 26.443 mesas, no território nacional, enquanto que para a votação dos eleitores inscritos no estrangeiro foram criadas 26 assembleias de voto com 45 mesas de voto. Para este total de mesas de voto foram recrutados 105.952 membros.