Na mensagem sobre o estado da Nação e "as políticas preconizadas para a resolução dos principais assuntos, promoção do bem-estar dos angolanos e desenvolvimento do País", como estabelece o artigo 118 da Constituição, João Lourenço falou de emprego, obras públicas, saúde, educação, energia, promoção do bem-estar social, afirmando que, apesar dos efeitos da pandemia de covid-19, o seu Executivo conseguiu implementar e concretizar alguns programas que permitiram um melhor desenvolvimento do País.

No sector da Educação, o Chefe de Estado destacou que foram construídas, em pouco menos de cinco anos, 9.430 novas salas de aulas, com 772 novas escolas e 313 escolas reabilitadas no quadro da implementação do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) em execução desde 2018.

No mesmo período, entraram no sistema de ensino 20.109 novos professores, que reforçaram o Sistema Nacional de Educação, que conta, actualmente, com mais de 200 mil efectivos.

No seu discurso sobre o estado da Nação, o Presidente da República realçou igualmente que Angola conta, actualmente, com 33 mil camas hospitalares, registando avanços significativos no sector da Saúde entre 2017 e 2022.

João Lourenço destacou ainda a contratação de 33.093 profissionais de saúde, 35 por cento do total da força de trabalho do sector, na sua maioria jovens colocados ao dispor do sector primário.

João Lourenço avançou que o seu Executivo prevê, nos próximos cinco anos, a construção de 205 novas unidades dos três níveis de assistência, como os hospitais gerais de Caxito (Bengo), de Ndalatando (Cuanza Norte), Sumbe (Cuanza Sul), Ondjiva (Cunene), Dundo (Lunda Norte), Uíge, Mbanza Kongo (Zaire), Malanje, Viana (Luanda), Cacuaco (Luanda), Materno Infantil Benguela e da Huíla, Catumbela (Benguela), Bailundo (Huambo), Pediátrico do Huambo, e o Serviço Nacional de Oncologia.

O PR apontou ainda o alargamento dos serviços de hemodiálise em todas as províncias do país, bem como a realização de concursos públicos de ingresso até 2024, tendo sido construídas, entre 2018-2021, 68 novas unidades sanitárias, aumentando o número de camas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de 24.382, em 2019, para 29.912, em 2021, particularmente no nível primário.

Desde 2020, o país registou a entrada em funcionamento de várias unidades sanitárias, entre postos e centros de saúde, hospitais municipais, hospitais gerais, centros de hemodiálise e, ultimamente, centros de tratamento da Covid-19.

Entre as unidades, destacam-se o Hospital e a Maternidade Provincial da Lunda Sul, com 150 camas cada, o Banco de Urgência do Hospital Geral do Bengo, com 35, o Centro Sol de Hemodiálise de Luanda, com 70 monitores para 560 pacientes, e o de Cabinda, com 42 monitores para 336 pacientes.

Segundo os dados apresentado por João Lourenço, nasceram ainda, neste período, os hospitais de campanha para tratamento da Covid-19 nas províncias de Luanda, Cunene, Cabinda, Lunda Norte, além dos laboratórios de biologia molecular no Dundo (Lunda Norte), Huambo e Uíge, o novo depósito de vacinas e a fábrica de Oxigénio do Hospital Geral do Cuanza Sul.

No interior do País entraram, segundo João Lourenço,, 54 novas unidades sanitárias nas províncias do Bié (2), Bengo (3), Cunene (7), Uíge (3), Cabinda (2), Huíla (20, Lunda Norte (3) e Zaire (4).

O Chefe de Estado destacou que o seu Governo reabilitou e ampliou o Complexo Hospitalar Cardio-Pulmonar (Ex-Hospital Sanatório de Luanda), além do Instituto Hematológico Pediátrico Dra Victória do Espírito Santo.

Sobre o combate à corrupção e branqueamento de capitais, João Lourenço destacou que o Estado recuperou dinheiro e bens que correspondem cerca de 5.6 mil milhões de dólares americanos

"No período de 2019 a Setembro 2022, procedeu-se à apreensão de bens e valores no valor de cerca de 15 mil milhões de dólares americanos, sendo que 6.8 mil milhões de dólares foram apreendidos em Angola e o restante no exterior do país", declarou.

No seu discurso durante a sessão solene de abertura da nova legislatura, o Chefe de Estado afirmou, sobre o mercado cambial, que foi introduzido um regime de taxa de câmbio flexível, o que permitiu ajustar o valor da moeda nacional às condições de mercado, que funciona, agora, normalmente, sem quaisquer restrições administrativas.

João Lourenço salientou que houve uma apreciação acumulada da moeda nacional, em relação ao dólar norte-americano, de 40 por cento, entre 30 de Setembro de 2021 e 30 de Setembro de 2022, após um longo período de depreciação activa contínua.

"Trata-se de um elemento muito importante para melhoria do ambiente de negócio no país, sobretudo, para os investidores estrangeiros que pretendem expatriar os seus dividendos, em tempo oportuno e de modo seguro", referiu.

O Chefe de Estado falou também da Conta Corrente da Balança de Pagamentos de Angola, que passou "a ter saldos positivos, desde o ano de 2018 até ao presente, incluindo o ano de 2020, muito afectado pelo impacto da Covid-19".

"Perspectiva-se terminar o ano de 2022 com um saldo positivo da conta corrente, em torno de 14 por cento do PIB", afirmou.