Neste encontro, um dia depois de Costa Júnior ter sido nomeado para o Conselho da República, uma inerência constitucional enquanto presidente de um partido com assento parlamentar, foi ainda abordada a questão do período do registo eleitoral que João Loureço prorrogou por sete dias desde esta sexta, 1 de Abril.
"Nós queríamos que o processo do registo eleitoral fosse mais alargado e espero que nestes sete dias não continuemos a assistir às mesmas longas filas" nos BUAPs, disse aos jornalistas Adalberto da Costa Júnior no final da audiência com João Lourenço.
Adalberto Costa Júnior, que nunca foi recebido pelo Chefe do Estado enquanto presidente do partido, disse ser positivo quando as instituições dialogam, particularmente, numa altura em os partidos políticos se encontram numa fase de pré-campanha eleitoral com todos os desafios inerentes.
"É um encontro que há muito os angolanos gostariam que fosse realizado e nós também. O diálogo tem que ser regular e normal na vida política e institucional, mas que no nosso caso infelizmente ainda não é assim", lamentou.
Segundo o líder da UNITA, "as responsabilidades de quem lidera são acrescidas no sentido de transmitir normalidade nestas questões".
"Obviamente este foi um encontro onde trouxemos à mesa muitas coisas e não foi só da nossa iniciativa. Tratamos de questões essenciais relevantes do momento que Angola vive", frisou, salientando que houve frontalidade na abordagem das questões.
Adalberto da Costa Júnior informou que durante o encontro com o Presidente da República, foi abordada a questão dos órgãos da comunicação social do Estado que têm "censurado as actividades da UNITA".
"O presidente da UNITA não tem acesso à comunicação social pública, o que não fica bem num País como o nosso, numa altura em que estamos a dar passos para a campanha eleitoral", lamentou.
"Também falámos da necessidade de respeitarmos a Lei e de praticar um ambiente de absoluta pluralidade, do contraditório que desapareceu há muito tempo", acrescentou, frisando que a UNITA está a trabalhar no sentido de ajudar e contribuir para que as eleições ocorram num ambiente melhorado.
"Queremos que as eleições sejam verdadeiramente transparentes, democráticas, que sejam eleições que contam com observação internacional plural que nos últimos actos eleitorais não teve", concluiu.
Adalberto Costa Júnior destacou ainda a questão da alternância.
"Quando se fala de alternância, esta deve ser encarada como normal em democracia mas como ela nunca ocorreu em Angola, ainda traz apreensões. Por isso, as responsabilidades de quem lidera são acrescidas para transmitir normalidade", disse.
Pouco antes de receber em audiência Costa Júnior, João Lourenço esteve igualmente a conversar com o líder da FNLA, Nimi a Simbi, que foi nomeado para o CR na mesma altura e com quem trocou ideias sobre o momento político do País, especialmente a aproximação das eleições gerais que deverão ocorrer em Agosto deste ano.