Aumentava o tom da crítica, em dia de fecho do NJ, terça-feira, quando as chuvas colocavam à apreciação dos governantes debilidades técnicas do Lobito, já com duas mortes, devido a desabamento de casas, com o foco do reparo na falta de prevenção, após a tragédia que deixou mais de 80 vítimas e milhares de desalojados, em Março do ano 2015.
De lá para cá, levantamentos atrás de levantamentos, projectos atrás de projectos e, inclusive, obras adjudicadas a chineses, mas a realidade, vista agora pelo governador provincial, Luís Nunes, continua a mostrar um sistema de drenagem obstruído, responsável por inundações e desabamento de casas.
Com cerca de 40 quilómetros (dados oficiais) de valas de drenagem tomadas pelo lixo e por vegetação, dois obstáculos que retêm em zonas habitacionais as águas que devem ter o mar como destino, a cidade do Lobito, a "sala de visitas de Angola", está irreconhecível, com famílias "presas" a gritar por máquinas para a limpeza dos pontos críticos.
Lesto a apontar soluções, na imprensa ou nas redes sociais, o arquitecto Felisberto Amado opta, antes mesmo de avançar para a componente técnica, por questionar a validade do voto dos cidadãos perante uma série de desgraças.
"Há muita coisa desagradável, mas o Governo continua insensível, por isso algo não funciona. Ou eles não precisam da população para o alcance do poder, já que dirigem a seu bel-prazer, ou, então, alguém dá um murro na mesa", desabafa.
Felisberto Amado, professor do Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela (ISPOCAB), admite, todavia, que o sistema de governação é adverso ao desenvolvimento, impedindo que as coisas aconteçam por força das autorizações "de cima para baixo".
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