"Penso que todos temos muito a perder", disse a empresária numa entrevista ao programa Panorama, da estação pública de televisão britânica BBC, que será divulgado hoje às 20h30 de Luanda.
Num excerto disponibilizado pela BBC antes da transmissão da entrevista, Isabel dos Santos alegou que "as autoridades angolanas embarcaram numa caça às bruxas muito, muito selectiva, que serve o propósito de dizer que há duas ou três pessoas relacionadas com a família dos Santos".
"Não se pode dizer que porque se é a filha de alguém, é-se imediatamente culpada", disse Isabel dos Santos.
"Quando se olha para o trabalho que eu fiz e todas as empresas que construí, certamente as minhas empresas são empresas comerciais", afirmou, para acrescentar logo de seguida : "Há alguma coisa de errado em uma pessoa angolana ter um negócio com uma empresa estatal? Penso que não há nada de errado", disse, respondendo à própria pergunta.
O jornalista da BBC, que interveio para perguntar se o facto de ser filha do José Eduardo dos Santos não deve obrigar a mais cuidado nos negócios, recebeu de Isabel dos Santos um rotundo "isso não é verdade" repetido várias vezes para depois sublinhar: "Todos os meus negócios têm conselhos de administração extremamente bons, temos os melhores CEO [presidente executivo), os melhores COO [director financeiro], os melhores departamentos legais, e as pessoas são profissionais experientes, que trabalharam noutras empresas, e somos muito competentes".