Maria Luísa Abrantes, mais conhecida por "Milucha", antiga PCA da ANIP, agora denominada Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), entende que o Governo saído das eleições de 2017 não encetou uma luta contra a corrupção, sublinhando ter havido escolhas a "dedo" de pessoas sacrificadas, visando dar um "sinal para o exterior" do País.

A consultora internacional, que falava em exclusivo ao Novo Jornal, minutos depois da apresentação do seu livro intitulado "Uma Vida de Luta - Estórias Esquecidas da História", justificou a sua percepção sobre a actual política de combate à corrupção, com o facto de muitas das entidades visadas em processos de crime financeiros continuarem livres, além de algumas, segundo a sua constatação, voltarem a constar das listas dos órgãos de direcção do MPLA, partido governante.

"Não há e não houve um combate [à corrupção], [aquilo] foi camuflar algumas pessoas, protegendo-as, fazendo crer que estavam a fazer algo, mas deixaram essas pessoas organizarem-se, cobrarem-se dinheiros, venderem e colocarem certos testas-de-ferro nalguns negócios, como o general Dino, por exemplo. Embora deva ao Estado, vendeu um negócio, e o Estado não lhe pediu o dinheiro. Nos Estados Unidos da América, interditaram-no, contudo ele não tem lá nada", referiu Maria Luísa Abrantes, tendo acrescentado que, antes da interdição, "deram-lhe [ao general Leopoldino do Nascimento] tempo para tirar de lá [EUA] tudo".

Para Maria Luísa Abrantes, as mesmas "engenharias" que servem para "camuflar" e dar um sinal para o exterior estão a ser usadas a favor do general Manuel Vieira Dias "Kopelipa", bem como do antigo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente.

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