O Ministério da Administração do Território (MAT), que conduz o processo, previa registar, em todo o País, 12 milhões de cidadãos para as eleições deste ano, dos quais 450 mil cidadãos angolanos na diáspora, nomeadamente em 57 países e 77 missões diplomáticas.

Para a oposição, a pouco menos de 20 dias do fim prazo, as dificuldades de funcionamento dos equipamentos tecnológicos continuam a embaraçar o processo de registo eleitoral, por isso, os objectivos não serão atingidos.

"Há muito que vimos alertando os compatriotas que o MPLA não pensa no bem-estar de todos angolanos, está preocupado com a sua manutenção do poder", disse ao Novo Jornal o deputado da UNITA, Ernesto Mulato.

"O registo eleitoral está a conta-gotas porque serve o interesse de quem governa", acrescentou o deputado.

Segundo o parlamentar, o secretário-geral do seu partido abordou esta questão numa conferência de Imprensa, e, pelas previsões, atingir 12 milhões de eleitores não será possível até ao final deste mês.

"Para quem pensa em termos de democracia e faz as coisas com transparência, não deveria ser necessário os partidos ou a sociedade civil pedirem a prorrogação de prazo, mas sim o próprio Executivo a pensar nesta situação", concluiu.

O vice-presidente da CASA-CE, Felé António, disse que dadas as dificuldades registadas no processo do registo eleitoral, com falhas técnicas nos equipamentos tecnológicos, o Ministério da Administração do Território deveria prorrogar o prazo pelo menos 30 dias.

"Muitos angolanos ainda não foram registados. Se prorrogassem o prazo mais 30 dias seria bom, mas o Ministério diz que o prazo não será estendido", acrescentou.

António Soliya Selende, responsável do PRS no Huambo, disse com tão poucos dias para o fim do prazo, o processo do registo eleitoral não vai atingir os objectivos desejados e permitir que toda população exerça o seu direito de voto.

O ministro da Administração do Território, Marcy Lopes, que na quinta-feira, 10, lia o comunicado final da reunião do Conselho de Governação Local, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, na província do Kuando Kubango, indicou que o processo de registo eleitoral oficioso no País e no estrangeiro continua a decorrer com normalidade, apesar de se notar ainda alguns constrangimentos logísticos e técnicos.

Apesar de não precisar os dados, considerou existir um número considerável de cidadãos maiores por actualizar o registo eleitoral.

O MAT, através de uma nota, confirma que estarão distribuídos, por todo o país, 596 balcões do BUAP.

As despesas com o registo eleitoral oficioso serão de cerca de 120 mil milhões de kwanzas.