O Chefe do Estado, que discursava na abertura da reunião do Conselho da República, disse que a ambição do Executivo é ver os produtos da cesta básica e da reserva estratégica alimentar constituídos essencialmente por produtos produzidos, transformados e embalados localmente.
João Lourenço apresentou aos conselheiros um ponto de situação em matéria de segurança alimentar e produção nacional, destacando que as políticas do executivo visam estimular a produção interna de bens alimentares e reduzir as importações.
Na sua opinião, o segredo é trabalhar mais e com melhores práticas de cultivo para tirar o maior rendimento possível por hectare.
João Lourenço falou sobre a redução considerável de importação de carne bovina, destacando a construção de grandes projectos de infraestruturas no País.
Na sua intervenção, apelou ao Executivo, partidos políticos, igrejas e sociedade civil para repudiarem "os discursos negativistas" e tomarem a dianteira no encorajamento das famílias camponesas pelos bons resultados do trabalho que a agricultura familiar apresenta hoje em todas as províncias.
Segundo dados oficiais, um total de 12.454.604 famílias camponesas foram assistidas no Ano Agrícola 2023-2024. Cerca de 7.410 toneladas de sementes diversas foram distribuídas a nível nacional, assim como 4.960 toneladas de fertilizantes do tipo NPK12-24-12 e 13.500 toneladas de sulfato de amónio.
Foram adquiridos para a campanha agrícola 2023/2024, segundo o Governo, um total de 99,7 mil equipamentos de trabalho, dos quais 72 por cento são enxadas.
O Chefe de Estado falou ainda dos "grandes projectos" de infra-estruturas que estão a ser construídos hoje na província do Cunene, o do Cafu, do N"Due, do Calucuve e da Cova do Leão e amanhã no Namibe e na Huíla, no quadro do Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola (PCESSA), que "não se destinam apenas a salvar vidas no sentido de matar a sede das pessoas e do gado, são infra-estruturas hidráulicas que devem servir para promover a produção em larga escala de alimentos e de peixe nas suas gigantescas albufeiras e extensos canais".
"Para melhor se entender, estamos a falar de uma capacidade total de armazenamento de 1.896 milhões de metros cúbicos de água e de 440 quilómetros de canais no conjunto dos quatro já citados projectos, que a província vai passar a beneficiar quando no próximo ano se concluir o último", afirmou. E acrescentou: "Com a paz que desfrutamos há 22 anos, o campo de batalha de hoje devem ser os campos agrícolas, de onde fazendeiros e camponeses, com o seu abnegado trabalho, extraem os produtos alimentares que não precisamos de continuar a importar".