Para João Lourenço, que abriu a pré-campanha eleitoral do MPLA no Cunene, "tem de ser uma derrota grande. Tem de ser uma derrota que não permita à oposição levantar-se durante anos".

"Há várias formas de ganhar no ringue, mas a melhor é dar um KO", acrescentou.

João Lourenço sublinhou que o único programa da oposição é mobilizar os jovens radicais que vandalizam bens públicos.

"Em vez de se preocuparem em conceber um bom programa de governação, o que eles estão a fazer é errado", disse, salientando que quem quer governar não pode destruir os bens do povo.

"Eles querem combater o nosso grande MPLA, mas quando chegar o dia do jogo estão a perder" acrescentou.

O presidente do MPLA disse que levou os 18 primeiros secretários provínciais do MPLA para a abertura desta pré-campanha eleitoral "para o povo do Cunene lhes ensinar como se dá um KO".

"Todo este trabalho que realizámos ao longo do mandato deve ser interpretado como o pedido humilde que estamos a fazer ao povo angolano, para nos ajudar a dar esse KO. Acreditamos que o povo angolano não nos vai virar as costas. No dia do voto vamos dar um KO aos nossos adversários", insistiu, salientando que a oposição está fragilizada porque recorre "a golpes baixos".

"AInda não está!"

João Lourenço aconselhou, no entanto, os seus militantes a abandonarem a expressão "já está" porque "ainda não está".

"Nós vamos ao ringue para vencer. Mas temos de nos preparar", declarou.

"O nosso partido perdeu 10 por cento em 2012 e perdeu 10 por cento em 2017. Temos de ganhar no mínimo 20 por cento. Temos de inverter rapidamente essa situação. Vai ser agora em Agosto. Não há tempo a perder", apelou.

O Presidente do MPLA reconheceu que o seu mandato, enquanto Presidente da República, de cinco anos "foi muito difícil" e de grandes desafios face à pandemia de Covid-19 que assolou o mundo inteiro.

"Vai terminar um mandato de cinco anos. Foi um mandato difícil e tivemos grandes desafios para enfrentar", referiu João Lourenço, destacando que apesar das dificuldades "houve sabedoria para encontrar as melhores soluções".

"Em cinco anos do nosso mandato, pelo menos em dois, o País esteve quase parado. Refiro-me ao pior momento que vivemos com a Covid-19", afirmou, acrescentando que o que foi feito no período da Covid-19 está agora a ser inaugurado e colocado ao serviço das populações.

Referindo-se à corrupção, João Lourenço disse haver ainda gestores públicos que mexem no erário público, mas não com tanto descaramento como no passado.

"Não estou a dizer que não há gestores que mexem no erário público. Temos de assumir que ainda há gestores que mexem no erário público, mas não com tanto descaramento como era no passado", declarou.

Lembrou que o problema no passado não era só o roubo, mas a impunidade.

"Ainda não estamos satisfeitos com o que conseguimos. Já recuperámos muitos recursos mas não chegam, precisamos de recuperar ainda mais", disse, apontando que há angolanos com mais de 137 milhões de dólares, sem referir nomes, mas advertindo que esse valor é mais do que aquilo que custou a barragem inaugurada na província do Cunene.

De acordo com João Lourenço, o País criou um bom ambiente de negócios para que os investidores nacionais e estrangeiros possam livremente exercer as suas actividades.

"Temos conseguido com alguma dificuldade criar esse bom ambiente de negócios. Temos conseguido tirar o Estado de fazer negócios. O Estado deve criar condições para o Estado não fazer negócios. O Estado só deve cobrar os seus impostos", acrescentou.