"Eu não acredito que o Presidente João Lourenço esteja preocupado de verdade e com sinceridade sobre questões" como a verdade eleitoral, a sã concorrência e com a transparência da votação, disse ao Novo Jornal a dirigente do partido do "Galo Negro".

Mihaela Webba admite, no entanto que vai ser preciso "ver para crer".

"Vamos ver se o Presidente da República (que também é presidente do MPLA) está preocupado com a lisura do processo, a transparência e verdade eleitoral", acrescentou a segunda vice-presidente do Grupo Parlamentar do maior partido da oposição.

Referiu que, em princípio, o registo eleitoral tem início agora e espera que os cidadãos maiores de 18 anos possam participar neste processo fundamental para a democracia angolana.

"Nós vamos crer que acontece, como acontece em todas as realidades democráticas, em que todos cidadãos maiores de 18 anos constam na base de dados", referiu.

O que divide o partido do Governo e a oposição é a Lei Orgânica das Eleições Gerais, que excluía, quando foi aprovada no Parlamento com os votos da maioria qualificada do MPLA, a possibilidade de se fazer o apuramento dos votos nos municípios e províncias, concentrando esse processo em Luanda.

Recorda-se que o Presidente da República solicitou à Assembleia Nacional a reapreciação de algumas matérias da Lei Orgânica Sobre as Eleições Gerais com objectivo de reforçar, nalguns domínios, os instrumentos que garantam uma maior igualdade entre os concorrentes, sã concorrência, lisura e verdade eleitoral, no quadro da permanente concretização do Estado Democrático de Direito.

João Lourenço tomou a decisão nos termos do nº 2 do Artigo 124º da Constituição da República, que estabelece os procedimentos para a promulgação de leis da Assembleia Nacional, pelo Presidente da República.

O Projecto de Alteração à Lei Orgânica das Eleições Gerais foi aprovado no dia 01 de Setembro, com 126 votos favoráveis do MPLA, 52 contra (UNITA, CASA-CE e PRS) e uma abstenção (FNLA).