Contactado pelo Novo Jornal, o terceiro vice-presidente da Assembleia Nacional pela UNITA, Ernesto Mulato, sustentou que "o Governo tem as suas ideias, mas, na situação presente, em que é a primeira vez que o exterior poderá votar, seria bom que tudo fosse feito com esclarecimentos aos interessados em vez de apenas ditames".
"Nós vamos entender melhor os porquês e estou certo que a UNITA se vai pronunciar caso seja possível", prometeu, salientando que o seu partido está a acompanhar a situação e a tentar compreender o que está por detrás desta decisão.
Na sua opinião, "a maior preocupação ainda é a morosidade no que diz respeito aos aspectos fundamentais que concorrem para as eleições e a questão de actualização de um novo registo é um facto primordial".
"Veremos se esse pronunciamento é o início da dinâmica de todo processo", concluiu.
O Ministério das Relações Exteriores (MIREX) estima em cerca de 400 mil o número de cidadãos nacionais residentes no estrangeiro, maioritariamente em África, onde a República Democrática do Congo (RDC) e a Namíbia concentram o maior número, com cerca de 80 mil e 70 mil pessoas, respectivamente, seguidas da África do Sul, com aproximadamente 20 mil.
Ao todo, África acolhe 230 mil cidadãos angolanos, seguindo-se a Europa, com 95 mil migrantes, dos quais 50 mil em Portugal, 20 mil em França e os restantes nos demais países do velho continente.
Segundo ainda os dados do MIREX, o continente americano alberga 45 mil angolanos, maioritariamente no Brasil e nos Estados Unidos, cada um com cerca de 20 mil, ao passo que 30 mil estão na Ásia, metade dos quais na China.
O ministro da Administração do Território, Marcy Lopes, anunciou esta quarta-feira que o registo eleitoral tendo em vista as eleições gerais de 2022 vai começar no mês de Setembro deste ano, e será antecedido da alteração da Lei do Registo Eleitoral (ler aqui).