Adalberto da Costa Júnior aproveitou para apelar a que a nova fundação não sofra interferências que desvirtuem o seu objecto social.

"A UNITA foi informada pelo coordenador da Fundação Jonas Malheiro Savimbi, Isaías Samakuva, sobre o processo da legalização da mesma. Tendo sido sempre um desejo do partido, o Comité Permanente da Comissão Política entende que os filhos do presidente fundador, Jonas Malheiro Savimbi, têm legitimidade de promover o reconhecimento da Fundação, pelo que apela a que mesma não sofra interferências que desvirtuem o seu objecto social", diz um comunicado do Comité Permanente da Comissão Política do partido, divulgado esta quarta-feira, 17, em Luanda.

Recentemente, o coordenador da Fundação Jonas Malheiro Savimbi, Isaías Samakuva, disse que a instituição tem apenas fins filantrópicos, afastando especulações, como a de que estaria a criar um novo partido político.

Segundo o coordenador, a criação da fundação levantou "dúvidas, sentimentos de ódio e até de repulsa, em certos casos, e noutros, (de) júbilo, encorajamento e até de expectativas", detalhando todo o processo até à legalização da fundação, concretizada em Maio com o reconhecimento oficial em Diário da República.

A direcção da UNITA, ao reagir ao reconhecimento da fundação, entende que a legalização da mesma possa ser uma forma de instrumentalização do poder para a satisfação de interesses de alguns sectores.

"Costuma-se dizer que quando a esmola é grande, o pobre desconfia", disse o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, durante uma conferência de imprensa.

O comité permanente da comissão política da UNITA, que esteve reunido sob a presidência do seu líder Adalberto Costa Júnior, no 16 de Julho de 2024, debruçou-se sobre a situação política, económica, social e diplomática do País em geral e a vida interna da organização, encoraja os cidadãos angolanos a continuarem a luta para a defesa dos seus direitos constitucionalmente consagrados e a nunca desistirem dos seus sonhos por uma Angola melhor.

A UNITA insiste que a implementação efectiva das autarquias locais em todo o território nacional é "um direito constitucionalmente consagrado e uma necessidade inalienável para o desenvolvimento sustentável".

"O comité permanente da comissão política reafirma a necessidade da priorização da implementação efectiva das autarquias locais em Angola para permitir a participação directa dos cidadãos na resolução dos problemas locais, garantindo assim um desenvolvimento sustentável do País", diz o documento.

Neste sentido, orienta o Grupo Parlamentar da UNITA a tudo fazer para a conclusão e aprovação da Lei da Institucionalização Efectiva das Autarquias Locais.

O Comité Permanente da Comissão Política saúda e solidariza-se com a declaração sobre a situação real do País, apresentada pelo presidente Adalberto Costa Júnior, em nome da Frente Patriótica Unida, no passado dia 10 de Julho de 2024.

A declaração, segundo a UNITA, contém, entre outros assuntos, a ingente necessidade de dialogar e de trabalhar com todas as forças vivas da sociedade e instituições da República de Angola na procura de soluções capazes de despoletar e unir sinergias para o desenvolvimento sustentável do País.

"Perante o bloqueio protagonizado no dia 11 de Julho pelos efectivos da Unidade de Segurança da Presidência da República e da Polícia Nacional, o Comité Permanente da Comissão Política condena, nos termos mais veementes, este ignóbil acto", afirma o órgão principal do partido, felicitando o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, pela actividade diplomática desenvolvida em Paris, em sede da Conferência da Internacional Democrática do Centro - IDC África, onde discursou sobre a Segurança, Paz e Democracia.

A finalizar, o comité permanente da comissão política condena "qualquer acto de violência política, independentemente do espaço geográfico do mundo onde ocorra e exorta as forças vivas angolanas para uma postura tolerante perante ideias e propostas diferentes".