Adalberto Costa Júnior referiu, no seu discurso de investidura, que este congresso respeitou todas as exigências estatutárias do partido numa exemplar mobilização de todas as suas estruturas.

"Este segundo XIII Congresso Ordinário da UNITA demonstrou que são os militantes que decidem democraticamente o que o partido é, o que quer e o que fará. Não será nunca o partido do Governo ou qualquer outro grupo que poderá impor as suas decisões", disse.

"Recandidatei-me à presidência do partido com o propósito de liderar a UNITA para a governação do País e resgatar a liberdade, a dignidade e a Justiça e para realizar a inclusão social", assegurou.

O novo líder do "Galo Negro" também se candidatou para o resgate da soberania da UNITA e para dar autonomia aos membros decidirem sobre a sua liderança.

Adalberto Costa Júnior reconheceu que este congresso foi apenas de resgate da soberania do partido.

"O presente indica que precisamos ser bem mais criativos para restaurar o diálogo institucional. Nós vamos limpar o passado negativo, de falta de diálogo", disse.

Adalberto Costa Júnior deixou claro, durante o seu discurso de tomada de posse, que o projecto da Frente Patriótica Unida, que junta o Bloco Democrático e o projecto político PRA-JA Servir Angola será materializado em 2022.

"É a vitória de um projecto democrático, nascido e assumido pela maioria dos militantes do Partido. É a vitória de um projecto unificador, que não distinguindo os Angolanos nem pela família, nem pela etnia, nem pela religião, nem pela classe sócio-económica, conta com todos para a construção de uma nova Angola. Uma Angola em que a dignidade, a liberdade e o bem-estar sejam de novo os valores que norteiam a nossa acção", afirmou

E ainda que "é uma vitória cujo peso nos traz também responsabilidades. Responsabilidades que aqui assumimos. A responsabilidade de conduzirmos o Partido à vitória em 2022".

"Esta maioria absoluta que aqui toma forma com esta eleição, repetindo o primeiro XIII Congresso de 2019, assume o projecto para todos os Angolanos, dentro e fora do Partido. Recebe com agrado todos, mesmo aqueles que pensam diferente, desde que aceitem as directivas democráticas do Partido e lutem pelos objectivos fixados", acrescentou.

Dirigindo-se ao exterior do Congresso, aos angolanos, Costa Júnior disse que "chegou a hora da esperança. esperança numa Angola verdadeiramente democrática e independente. Chegou a hora de abraçarem o desejo de uma vida diferente, melhor, mais digna, mais solidária. Chegou a hora de construirmos uma Angola nova e melhor, sem fome, com escolas, com hospitais e com dignidade para todos os Angolanos".

Porque "este não é um projecto só para os militantes da UNITA, mas para todos os Angolanos. Venham connosco. Chegou a hora de construirmos uma Angola nova e melhor, sem promessas irrealistas e sem projectos megalómanos. Uma Angola de trabalho, em que todos tenham o seu lugar, todos possam contribuir. Chegou a hora de uma Angola sem corrupção e sem roubos. Chegou a hora da alternância democrática".

E disse o que o move: "Recandidatei-me à Presidência da UNITA com o propósito de liderar a UNITA à governação do país e ao resgate da liberdade, da dignidade, da justiça e inclusão social, da unidade nacional, comprometidos com a construção de um verdadeiro Estado de Direito Democrático".

Convite a João Lourenço para um ondjango

Neste discurso, ACJ procurou ainda abrir uma porta que leve a uma aproximação ao Presidente da República, de forma a erguer uma plataforma de diálogo na boa tradição africana.

"O presente indica-nos que precisamos de ser bem mais criativos para restaurar o diálogo institucional. Nós vamos limpar o passado negativo, de falta de diálogo e tudo faremos para no melhor da nossa tradição africana, nos sentarmos num Ondjango com o Sr. Presidente da República e falarmos com maturidade dos nossos desafios e passarmos ao país uma mensagem positiva e de incentivo à sã convivência, na diferença", disse.

"Nós aqui não repetimos apenas um Congresso. Não aprovamos apenas documentos reitores do Partido. Não ocorreu apenas a eleição do Presidente da UNITA. Retemperamos as nossas energias e amanhã retomaremos com todo o vapor os desafios de contribuir para o registo de todos os cidadãos com idade eleitoral e trabalharmos para a segurança do voto! Todos arregaçarmos as mangas e trabalharmos junto das comunidades, junto do cidadão, com passos seguros rumo à alternância", avançou.

Enquanto decorria o processo de eleição, centenas de militantes da UNITA aguardavam os resultados do pleito no exterior do complexo Sovismo, em Viana, numa clara demonstração de apoio ao novo líder do "Galo Negro".

Adalberto Costa Júnior torna-se assim no terceiro presidente da UNITA, partido fundado por Jonas Savimbi há 55 anos.

Entretanto, no seu discurso que serviu para se despedir do cargo, Isaías Samakuva, presidente cessante, disse ao agora presidente que "é hora de caminharem juntos com olhos no futuro e que a hora é de acção".

Isaías Samakuva salientou que depois de dois meses fora do seu gabinete na presidência do partido foi reposta a legalidade com a eleição de Adalberto Costa Júnior.

"No que me diz respeito, podes contar comigo", disse Isaías Samakuva, dirigindo-se a Adalberto Costa Júnior.